14 de enero de 2010 | Noticias | Industrias extractivas
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Organizações feministas, religiosas e de defesa do meio ambiente no Chile lançaram uma declaração sobre o projeto extrativo Pascua Lama, levado a cabo pela trasnacional mineradora de origem canadense Barrick Gold na província chilena de Huasco e na província argentina de San Juan.
Trata-se de um projeto binacional que tem contado desde seu início com a oposição das organizações da sociedade civil, devido a que representa uma exploração de ouro a céu aberto, o que colocaria em risco a conservação da água potável dos glaciares e a permanência do modelo ancestralmente agrícola da zona.
Conforme indica a declaração das organizações chilenas, “a pouco mais de um mês de iniciada a construção de Pascua Lama, os serviços do Estado emitiram seus informes da primeira fiscalização realizada em terreno no dia 26 de novembro de 2009. Os resultados foram tão concludentes que os serviços regionais de saúde e DGA pediram processos que sancionem Barrick Gold”.
E continua: “as irregularidades referem-se por um lado ao manejo das águas: Foi detectado o ‘impacto ambiental não previsto’ sobre o glaciar Estrecho não informado pela transnacional; passagem indevida de caminhões pelo leito do rio El Estrecho; construção de uma barragem ilegal e extração de água em pontos não autorizados. Por outro lado, foi evidenciado um descarado descumprimento da Resolução de Impacto Ambiental (RCA) no que diz respeito às medidas de diminuição para não prejudicar os glaciares, na construção de infra-estrutura na alta cordilheira sem permissão do Serviço de Saúde (setorial), e talvez o mais grave, o bloqueio ilegal de estradas, inclusive à equipe fiscalizadora”.
No comunicado, as organizações denunciam o papel cúmplice com a transnacional mineradora que adotaram os governos do Chile e da Argentina, ao tempo que indicam que parte da estratégia da Barrick Gold consiste em apoiar empreendimentos de caráter benéfico como a Teletón ou Um teto para Chile para “branquear a história de sangue e depredação que escreve diariamente no mundo”.
Portanto, as organizações exigem o fim da construção de Pascua Lama enquanto a autoridade ambiental não resolva sobre o “impacto ambiental não previsto” no Glaciar Estrecho, e insistem “na urgência de decretar uma moratória à mega-mineração transfronteiriça, assim como o pediamos em maio de 2009 ao Ministro de Mineração (pedido que se mantém sem resposta), até que não geremos uma institucionalidade que dê garantias à cidadania nestes temas, e uma política de Estado que tome as rédias do setor mais estratégico para a vida no Chile: a mineração”.
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