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25 de Fevereiro de 2010 | Notícias | Direitos humanos
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A atividade sindical e a defesa dos recursos naturais são atos de valentia na Guatemala, onde a violência e a impunidade têm assinado um pacto mortal. Desde janeiro de 2007 até agora, 43 sindicalistas e dirigentes camponeses têm sido assassinados por paramilitares vinculados às empresas e o Estado.
Os datos foram divulgados pelo Movimento Sindical, Indígena e Camponês Guatemalteco (MSICG), uma coalizão de grupos de base que apresentou no começo de fevereiro o relatório “Guatemala: o custo da liberdade sindical”. Trata-se da organização de alcance nacional que tem mais vítimas mortais nestes anos.
O relatório conclui que a situação em matéria de direitos humanos na Guatemala agravou-se com o presidente Álvaro Colom, que chegou ao governo em janeiro de 2008 e que se define a si próprio como social-democrata. Solamente esse ano, por exemplo, houve 16 homicídios a dirigentes enquanto que em 2006 só se havia registrado um caso com essas características.
Somente neste ano foram registrados três casos de homicídios, o último deles na semana passada, no departamento de San Marcos, Octavio Roblero, da Frente de Resistência em Defesa dos Recursos Naturais de Malacatán (FRENA).
O relatório do MSICG acrescenta que todos os assassinatos foram cometidos com armas de fogo, e que 98 porcento dos casos aconteceram pouco depois de algum conflito por demandas trabalhistas ou em defensa dos recursos, e na maioria dos casos houve intimidações prévias.
“Existem indícios razoavéis e em algunos casos elementos de convicção de que pelo menos 23 porcento dos assassinatos houve participação das forças de segurança do Estado, vinculadas diretamente a ordens do organismo executivo ou das Municipalidades”, denunciam no relatório.
Na hora de concluir a investigação, o MSICG não tinha dados de qualquer caso onde tenha se “separado, julgado ou sentenciado” os autores dos delitos, e por isso a organização entrou em contato com o Ministerio Público para saber em que etapa estão as perícias. A resposta que receberam os sindicalistas é aterrradora: o Ministério Público explicou que simplesmente não leva nenhum registro dos casos de delitos cometidos contra sindicalistas.
Foto: www.revista-amauta.org
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