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4 de Dezembro de 2010 | Notícias | Justiça climática e energia | COP 16
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A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) protestou nesta sexta-feira nas negociações de clima de Cancun e afirmou que caso os países desenvolvidos confirmarem sua intenção de destruir o Protocolo de Kioto, o bloco não aceitará nenhum pacote de acordos em outros temas.
“Nenhum país desenvolvido deve confundir a construtividade e boa vontade que tem manifestado a ALBA durante esta semana com estupidez. Nós não somos países estúpidos, não somos países que se vendem”, alertou a delegada venezuelana na COP, Claudia Salerno.
O governo da Bolívia havia convocado uma rodada de imprensa para a sexta-feira onde embaixador do país para a ONU, Pablo Solón, falaria da necessidade de que o processo de negociações fosse inclusivo e cristalino, conforme a convocatória. Algumas organizações sociais têm denunciado na COP que um novo e secreto texto da Presidência mexicana da conferência poderia ser colocado para debate nas negociações neste fim de semana, com a intenção de que o Entendimento de Copenhague substitua o Protocolo de Kioto.
A convocatória boliviana à rodada de imprensa teve uma mudança de rumo e somaram-se à rodada delegados oficiais da Venezuela, Nicarágua, Equador e Dominica. O anúncio da ALBA foi tido como importante antes que Salerno o dissesse: “Acabamos de sair de uma reunião informal onde tínhamos que discutir qual ia ser a posição de compromisso de todos os países em relação a Kioto, ou seja, as coisas onde cada um dos países desenvolvidos pensa que pode haver um acordo”. Numa sala cheia de jornalistas e público em geral a delegada venezuelana disse: “A mensagem que ouvimos, para nossa surpresa, foi a seguinte: não há possibilidade alguma de que em Cancun haja um segundo período de compromissos do Protocolo de Kioto”.
Em seguida afirmou que um “punhado de países desenvolvidos que não chega nem a cinco” foi o que apresentou esta posição. Salerno destacou que a ALBA tem trabalhado “construtivamente”, mas “quando está do outro lado a um país que diz que quer ir à praia porque não há nada que fazer na semana que vem, entendemos que o que está fazendo aqui politicamente é perder o tempo”. “Os países da ALBA não vamos permitir nem vamos apoiar uma situação em que estes países consigam o que querem, nem se comprometam aqui e agora”, acrescentou.
O Protocolo de Kioto é o único instrumento legalmente vinculante existente, que sob a Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática obriga os países desenvolvidos a reduções de emissões contaminantes. Ainda estamos no primeiro período do Protocolo (2008 – 2012), mas é necessário um acordo para o segundo lapso (2013 – 2017) afim de que os parlamentos nacionais possam ratificá-lo com tempo. “Já estamos atrasados”, disse Solón na rodada de imprensa, preocupado porque ficaria um vazio entre os dois períodos de compromissos.
Os jornalistas perguntaram quais eram os países industrializados que bloqueariam Kioto. Japão já tem anunciado publicamente que de nenhuma maneira aceita um segundo período de compromissos, mas não se conhecem mais países além desse “punhado que não chega a cinco”. Os representantes da ALBA prefiriram não especificar os países para preservar o marco multilateral. Explicaram ainda que deve-se esperar que transcorra o dia de hoje para o sábado ter a confirmação, os novos textos elaborados pelos presidentes de mesas negociadoras, da posición dos países desenvolvidos sobre o tema.
Os jornalistas perguntaram quais eram os países industrializados que bloqueariam Kioto. Japão já tem anunciado publicamente que de nenhuma maneira aceita um segundo período de compromissos, mas não se conhecem mais países além desse “punhado que não chega a cinco”. Os representantes da ALBA prefiriram não especificar os países para preservar o marco multilateral. Explicaram ainda que deve-se esperar que transcorra o dia de hoje para o sábado ter a confirmação, sobre os novos textos elaborados pelos presidentes de mesas negociadoras, da posição dos países desenvolvidos sobre o tema.
“Temos indicado aos presidentes de mesa que precisamos que utilizem as horas do día que restam para avançar e tentar mudar a posição destes países”, disse Salerno na conferência matutina. “Para os países da ALBA as leis não se negocia, são cumpridas, ninguém os obrigou a assinar o Protocolo de Kioto”, acrescentou.
A delegada venezuelana afirmou que si se confirma que alguns países industrializados não pensam avançar no que diz respeito a Kioto, não terá acordos em outros temas porque a ALBA não aprovará nada que coloque em risco a vida de algum ser humano (pelas consequências da mudança climática). “Pelo simples fato de sair de Cancún com uma decisão para lavar as caras, os países da ALBA não estamos dispostos a ceder em nossas posições”, disse. “Nossos Estados não se vendem, não há dinheiro no planeta que compre uma decisão da ALBA”.
De todas as formas, Salerno esclareceu que em nenhum caso a ALBA se retira das negociações. “Nem nas piores circunstâncias de Copenhague nós nos levantamos e fomos embora”, disse, em referência ao processo anti-democrático e por fora do marco multilateral vivido na conferência dessa cidade dinamarquesa em dezembro de 2009.
Solón havia dito antes que chegassem seus pares da ALBA à rodada de imprensa que “tem se avançado muito poco nos temas substantivos, profundos, que são os que tem a ver com as reduções de emissões de gases de efeito estufa”. “Há uma incerteza total sobre a continuidade do Protocolo de Kioto, desde nosso punto de vista isto é inadmissível”, considerou.
O delegado de Nicarágua, Jaime Hermida, acrescentou que todos os países africanos, os árabes e o G77 mais China em geral (mais de 130 países em desenvolvimento) apoiam a posição da ALBA de não negociar nada se não for procurado um segundo período de compromissos dentro de Kioto.
“Acreditamos que este é o momento onde está em jogo a sorte da conferência de Cancun, o documento que saia amanhã tem que ser claro sobre este tema”, considerou Solón.
Foto: Amigos da Terra Internacional
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