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18 de Fevereiro de 2010 | Entrevistas | Bosques e biodiversidade
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A 24 horas de se instalar o governo de Porfirio Lobo já estavam sendo aprovadas novas licenças ambientais para projetos situados nas zonas úmidas tropicais que fazem parte da riqueza ecológica desse país e que ameaçam espécies e comunidades.
O que acontece com estas áreas protegidas neste país, que tem firmado compromissos internacionais de preservação, acontece também em nível mundial e representa a violação a direitos ambientais, humanos e culturais.
É o que afirma Jorge Varela, Diretor-Executivo do “Comitê para a Defesa e Desenvolvimento da Flora e da Fauna do Golfo de Fonseca” (CODDEFFAGOLF), em entrevista com Rádio Mundo Real.
Varela tem sido reconhecido internacionalmente com o prêmio ambiental Goldman por seu trabalho sobre preservação de ecossistemas marinhos no Golfo de Fonseca compartilhado por Honduras, Nicarágua e El Salvador.
“Nos sentimos indefensos diante das autoridades oficiais porque o próprio estado hondurenho descumpre os compromissos internacionais assumidos”, diz Varela.
O ativista disse que quando se requer da participação das organizações e das comunidades de base “isso é somente para preencher um requisito” e que várias licenças têm sido concedidas ainda com a opinião contrária delas.
“Viemos de um golpe de estado e as novas autoridades têm assumido o dia 25 de janeiro. Foi realizada uma inspeção para um pedido de licença ambiental no dia 21 de janeiro e no dia 26 estava sendo aprovada a licença. É um verdadeiro recorde”, disse Varela.
O papel das zonas úmidas no que diz respeito à mudança climática e a prevenção de catástrofes produto dela é mundialmente reconhecido. No entanto, cada vez mais projetos –sejam eles turísticos ou de pesca de camarão- são apoiados e aprovados pelos países que querem de captar investimentos.
Varela afirma que os compromissos dos países industrializados sobre isto são inúteis se eles não incluem de forma inequívoca as trasnacionales.
Em nome da Rede Manguezal Internacional, Jorge Varela também denunciou acordos celebrados numa reunião em París onde participaram o Fundo Mundial para a Vida Silvestre (WWF, sigla em inglês) e outras organizações pelos quais se certificaria a industria do camarão.
“Se realmente essas organizações têm um compromisso com o ambiente devem tentar nos ajudar a impor uma moratória à indústria do camarão porque se não vamos a acabar sem estas zonas úmidas e vão aumentar a fome e a pobreza. Têm se colocado no meu ponto-de-vista o critério do lado das transnacionais para obter algo de dinheiro”, disse Varela.
O golpe continua vigente
CODDEFFAGOLF conta com sérios obstáculos para se mobilizar, não somente devido à falta de recursos como também pela repressão que, aumentada durante o regime ditatorial que depôs Manuel Zelaya, continua sob o governo de Porfirio Lobo.
Varela conta que as ações das empresas no Golfo de Fonseca contam com custódia armada.
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