5 de mayo de 2011 | Noticias | Anti-neoliberalismo
Um juiz do município de Eunápolis, no estado da Bahia, condenou à empresa florestal e de celulose Veracel por “fraude”, após a companhia se instalar em terras que não lhe correspondiam, de acordo com o contrato de compra-venta que firmara.
A ação legal tinha sido apresentada pela companhia Suprema Empreendimentos Rurais e Participações. O juiz Afrânio de Andrade Fliho considerou que Veracel agiu de “má-fé” ao se instalar clandestinamente em duas propriedades rurais que não correspondiam ao seu contrato de compra-venta. A empresa plantou, inclusive, dois eucaliptos nos terrenos, sem licença ambiental.
A decisão judicial determinou que os terrenos e as plantações de árvores sejam devolvidos a Suprema Empreendimentos Rurais e Participações.
Veracel é uma empresa pertencente à sueco-finlandesa Stora Enso, também florestal e de celulose, e à brasileira Fibria, considerada a maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto. Veracel tem uns 212000 hectares de terra no sul da Bahia, 91000 plantadas com eucaliptos. Possui, ainda, uma instalação de produção de celulose em Eunápolis.
O Ministério Público do estado da Bahia acusa a Veracel de lavagem de dinheiro, evasão fiscal e corrupção. A companhia já foi acusada de desmatamento ilegal e mal uso de praguicidas. Além disso, grandes plantações de eucalipto da empresa foram plantadas sem licença ambiental.
Porém, a empresa já tem várias outras acusações. No dia 20 de abril, organizações ambientalistas e de produtores de vários países acusaram à companhia sueco-finlandesa de crimes ambientais e de corrupção na América Latina. Esse dia, a empresa realizava sua assembléia de acionistas anual em Helsinski, capital da Finlândia, e anunciava suas ganâncias de 817,4 milhões de euros durante 2010.
As organizações sociais de Europa e América Latina aproveitaram a oportunidade para advertir, através de comunicado de prensa, que as ganâncias de Stora Enso estão ligadas a violações de leis ambientais, lavorais e penais no Brasil e no Uruguai.
Essas organizações que firmaram foram: Amigos da Terra (federação ambientalista internacional presente em torno de 80 países), especialmente seus grupos de Finlândia, Suécia, Brasil e Uruguai, e o Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul da Bahia (Brasil), o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra desse país (MST), Amigos dos Sem Terra da Finlândia e o Movimento Mundial pela Mata Tropical.
No Brasil, Stora Enso é julgada não só por Veracel agir delitivamente, mas também por sua compra ilegal de terras no estado de Rio Grande do Sul, na faixa fronteiriça com Uruguai. Stora Enso utilizou uma empresa de fachada, Azenglever Agropecuária, para fazer essas adquisições.
Por outra parte, no Uruguai, Stora Enso é uma das proprietárias de Montes de Plata (junto com a companhia chilena Arauco), empresa que vai pôr uma instalação de celulose na localidade de Conchillas, departamento de Colônia. Montes Del Plata é a maior proprietária de terras no país, com ao redor de 250 000 hectares. Dessas, 140 000
estão florestadas com plantações de pinos e eucaliptos, segundo suas próprias cifras. Várias organizações ambientalistas uruguaias assinalam a Stora Enso, junto a outras empresas dedicadas aos negócios agrários, como um fator determinante no processo de
concentração e estrangeirização da terra do país.
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