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30 de Novembro de 2010 | Notícias | Justiça climática e energia | COP 16
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No início das negociações relacionadas à mudança climática que promovem as Nações Unidas, a federação de organizações ambientalistas Amigos da Terra Internacional publicou um relatório onde demonstra que o mecanismo conhecido como “Redução de Emissões de Desmatamento em Países em Desenvolvimento” (REDD) causará mais dano do que benefícios.
Conforme indica a federação em seu relatório "REDD: as Realidades em Preto e Branco”, as plantios estipulados nos marcos de REDD representam uma ameaça em países onde há florestas tropicais, prejudicando o resultado sobre o desmatamento nas negociações da 16ª Conferência das Partes (COP) da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que está ocorrendo em Cancún, México, desde a segunda-feira.
Estudos de caso realizados pelos grupos membro da federação ambientalista indicam que estes projetos prejudicam aos povos originários e às comunidades locais, enquanto beneficiam as grandes empresas transnacionais -como as petroleiras BP e Shell- que veem no REDD um mecanismo atrativo que lhes permite obter grandes lucros.
“Os governos estão promovendo propostas perigosas sobre florestas através das negociações de clima da ONU, que colocariam em risco às comunidades locais e ao meio ambiente. Estes estudos de casos mostram que existe uma corrida dos investidores privados de lucrar com os esquemas de florestamento que não farão nada para reduzir emissões e prejudicarão as comunidades locais”, afirmou Joseph Zacune, coordenador do Programa Justiça Climática da Amigos da Terra Internacional.
Além disso, o relatório adverte que existe um vínculo quase direto entre REDD e os mercados de carbono nas negociações das Nações Unidas, o que “multiplicaria ainda mais os riscos de depender dos caprichos dos mercados de carbono e os preços”, permitindo “a privatização das florestas para gerar créditos de carbono para que os países industrializados possam comprar o direito a contaminar”, conforme indica um comunicado publicado nesta segunda-feira por Amigos da Terra.
Por outro lado, a federação estipula que nos marcos destes mecanismos poderia continuar o desmatamento de florestas naturais, que devido a uma vaga definição do que se considera “floresta” por parte das Nações Unidas, poderiam ser substituídos por plantios industriais de árvores.
Foto: Amigos da Terra Internacional
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