11 de enero de 2011 | Noticias | Anti-neoliberalismo | Derechos humanos | Luchadores sociales en riesgo
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Nas últimas semanas, milhares de pessoas se manifestaram na Tunísia e na Argélia, mobilizadas pela crise econômica que atingiu ambos países, provocando aumentos nos preços dos alimentos e cortando as possibilidades de trabalho para os jovens.
Na Tunísia, o governo responde novamente, fazendo uso da repressão, que é uma realidade cotidiana para a população do país, composta em grande medida por camponeses e pequenos comerciantes. Segundo as cifras oficiais foram pelo menos vinte pessoas mortas nos distúrbios, enquanto que sindicatos e organizações sociais estimam que o número é de cerca de cinquenta.
Os protestos eclodiram no dia 17 de dezembro em solidariedade com Mohamed Bouazizi, quando ele imolou-se na localidade de Sidi Bouzid denunciando o confisco que a polícia lhe fez das frutas e verduras que vendia na rua. O jovem de 26 anos era um graduado universitário que, tendo buscado trabalho durante muito tempo, vendia nas ruas para obter subsistência para ele e sua família.
Apesar da repressão cruenta, as revoltas não têm se detido, e poderiam por fim ao governo dos últimos 23 anos de Zine al-Abidine Ben Ali, reconhecido pela desigualdade e a corrupção. O regime de Ben Ali tem dado a Tunísia o epíteto de “Estado policial”, conforme notas diplomáticas reveladas pelo site de investigação Wikileaks.
Enquanto isso na Argélia, mais de três pessoas morreram e cerca de mil foram presas nos protestos provocados por um aumento repentino dos preços de alimentos, como farinha, açúcar e óleo de cozinha em 30% nos últimos dias.
Assim como na Tunísia, os manifestantes exigem ainda medidas para reduzir a desigualdade e a corrupção, e mudar a matriz das políticas econômicas, de um modo mais profundo que o que foi proposto pelo governo para moderar o aumento de preços.
Foto: http://www.enlucha.org/
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