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20 de Julho de 2010 | Notícias | Direitos humanos
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Na manhã do sábado passado, no bairro Lleras da cidade colombiana de Buenaventura, foi assassinado Jair Murillo, reconhecido membro da comunidade afrocolombiana.
Murillo era representante legal da Fundação Integral Pacífico Nariñense (FIPAN), uma organização de população afrocolombiana despejada que recentemente havia sido ameaçada pelo grupo paramilitar Bloco Central das Águias Negras.
Num comunicado divulgado pela Comissão Intereclesial de Justiça e Paz da Colômbia, a Associação Nacional de Afrocolombianos Despejados (AFRODES) rejeitou o crime cometido contra Murillo, que repercute em toda a comunidade afrocolombiana.
“O assassinato de Jair é um duro golpe para todas as famílias, comunidades e organizações de população afrocolombiana despejadas, que de forma legítima e dentro do Estado de direito, nos esforçamos para contribuir a restituir e proteger os direitos que nos tem vulnerado”, afirma o comunicado, onde se indica ainda que nos últimos dias, Murillo esteve coordenando a participação da população despejada de Buenaventura na mobilização nacional “Despejados pela Dignidade e o Gozo Efetivo de Direitos”, que ocorreu um dia após sua morte em Bogotá, capital colombiana.
Por sua vez, a AFRODES indica que não se trata de um caso isolado de violência, porque outras 16 organizações de população afrocolombiana em situação de despejo forçado haviam recebido ameaças do grupo Águias Negras. Por causa destas ameaças, realizadas no dia 14 de maio, a AFRODES pediu ao governo colombiano que expresasse publicamente seu repúdio a este tipo de práticas e apoiasse o trabalho das organizações afrocolombianas, ao tempo que exigiam a adoção de um mecanismo especial para a investigação penal sobre a situação e o ajuste das políticas de proteção que estão em vigor.
No entanto, essas demandas não têm tido resposta, nem sequer diante da brutal realidade que representa o assassinato de Murillo.
“AFRODES reafirma que a velocidade do governo para atender estes pedidos é um fator crítico para a proteção de nossas vidas, como dolorosamente fica comprovado com o assassinato anunciado de nosso irmão Jair Murillo. Esperamos que este novo fato leve a ações imediatas, tanto para esclarecer a morte de Jair, quanto para evitar novos assassinatos de líderes de população afrocolombiana em situação de despejo forçado”, expressa o comunicado.
Foto: www.afrodes.org
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