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18 de Agosto de 2011 | Notícias | Direitos humanos
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As notícias que chegam da zona de Bajo Aguán, em Honduras, nunca são boas: neste domingo 14 de agosto seis pessoas foram assassinadas nesta região do país, nos marcos de um novo processo de militarização instaurado pelo governo ditatorial.
Nesta semana o site da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), informou que durante um enfrentamento na fazenda de Paso del Aguán morreram estas seis pessoas e outras 11 pessoas acabaram sendo gravemente feridas.
Isto aconteceu poucos dias depois de que um encontro de mulheres da Via Campesina se reunisse nesta zona hondurenha para pedir o fim da militarização e a violência em Aguán, um lugar fundamental para os movimentos camponeses que lutam pela terra neste país centro-americano.
O comunicado que divulga a FNRP resenha, com base em depoimentos de moradores da zona, que o ataque foi protagonizado por guardas de segurança que cuidam as fazendas e que conduziam uma pick-up de cor verde.
A partir destes episódios violentos, e outros que foram registrados nos dias prévios, o ministro de segurança de Honduras anunciou a militarização da zona do Aguán e a instalação de bases militares permanentes.
“Com estas declarações da polícia está claro que o que segue agora é uma tenaz perseguição contra os camponeses de Aguán”, advertiram lideranças dos principais movimentos camponeses da zona.
Por sua vez, Rafael Alegría coordenador da Via Campesina América Central alertou que este não é um problema que se solucione com mais policiais e militares: “é um problema agrário, isto corresponde ao Instituto Nacional Agrário (INA) e ao presidente Porfirio Lobo”.
“Nosso movimento camponês é pacífico, mas de luta pela recuperação da terra para produzir e isso é precisamente o que estão fazendo os camponeses e camponesas hondurenhas”, disse Rafael Alegria conforme o documento da FNRP.
Nesta zona de Honduras opera o poderoso produtor de palma Miguel Facussé, cujos guardas de segurança têm sido denunciados por inúmeras mortes de camponeses.
A polêmica militarização em Bajo Aguán acontece poucos dias depois de que cerca de cem mulheres integrantes da Via Campesina, provenientes de 18 departamentos do país, condenassem o aumento da violência nesta região.
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