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22 de Fevereiro de 2010 | Notícias | Direitos humanos
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A política de “terra arrasada” que aplicou na Guatemala o general Efraín Ríos Montt (ditador que governou o país de 1982 a 1983) representou um verdadeiro extermínio para as comunidades camponesas mayas.
Mas interpretar esse genocídio como um assunto exclusivamente do passado e não considerar suas marcas só serviria para ocultar os crimes atuais, que continuam uma longa história de abusos.
Lamentavelmente os comunicados de imprensa das organizações sociais são cada vez mais frequentes. No fim da semana passada a Frente de Resistência em Defesa dos Recursos Naturais de Malacatán (FRENA) denunciou assassinato do dirigente Octavio Roblero, integrante dessa organização e lutador contra a instalação de uma hidrelétrica no departamento de San Marcos.
Roblero foi assassinado na quarta-feira passada por um desconhecido enquanto trabalhava num posto de feira, diante do olhar de dezenas de pessoas que estavam no lugar. Seu cunhado, Víctor Gálvez, foi assassinado em novembro de 2009, e desde esse momento Roblero vinha denunciando a impunidade desse crime, através de mobilizações e com canções que compunha para um grupo musical que integrava.
Diante deste novo episódio de violência, as organizações guatemaltecas voltaram a condenar à “perseguição, criminalização e a repressão” que exercem “grupos paralelos” defensores dos interesses da oligarquia nacional.
“Desde o início das lutas pela defesa da vida, elas tem sido tingidas de sangue a través da atividade mineradora e mega-projetos”, acrescenta uma das notas que tem circulado por vias eletrônicas.
Há quinze dias a Central Sindical das Américas (CSA) apresentou o relatório “Guatemala, o custo da liberdade sindical”, que denuncia a violência cotidiana que vivem as organizações de trabalhadores e principalmente o Movimento Sindical, Indígena e Camponês Guatemalteco (MSICG).
A central internacional enviou uma carta às autoridades guatemaltecas para exigir estes atentados contra as estruturas sindicais, e para pedir que sejam aclarados estes homicídios, na maioria dos casos antecedidos por ameaças de morte.
Por outro lado, embora vinculado aos abusos das indústrias extrativas, há alguns dias atrás o jornal guatemalteco Prensa Libre publicou que as autoridades sanitárias da Guatemala pediram a realização de estudos para estabelecer se os problemas de pele que apresentam três comunidades de San Marcos estão relacionados com a atividade mineradora. Uma das empresas questionadas é Montana Exploradora, proprietária da minneradora Marlin que opera nessa região do país.
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