Os participantes confirmaram ali uma convicção que tem se consolidado nos últimos anos: as concessões, prospecções e explorações mineradoras, petroleiras e hidrelétricas, bem como a implementação de monoculturas são políticas governamentais que violam os direitos dos povos indígenas e expulsam as comunidades.

Conforme a declaração da Coordenação e Convergência Nacional Maya Waqib’ Kej, é importante que as organizações sociais da Guatemala deverão unificar propostas e unir esforços para “deter a voracidade do governo e dos empresários em saquear a Mãe Natureza e o Território”.

As últimas administrações de governo têm optado por privilegiar as indústrias extrativas transnacionais, que hoje controlam lugares de florestas e grandes rios que percorrem territórios indígenas.

“Contaminam com a extração de metais, petróleo, construção de hidrelétricas, e a expansão do plantío de monoculturas que produz biocombustíveis”, acrescentaram no documento.

Um dos palestrantes no ato central, Daniel Pascual, coordenador geral do Comitê de Unidade Camponesa (CUC), fez uma breve síntese do processo histórico que tem vivido este povo centro-americano: “Há mais de 518 anos vieram com a espada e com a cruz, depois em 1871 instalaram o modelo capitalista para o cultivo de cana, café e algodão, e hoje esse papel de dominação é cumprido pelas empresas transnacionais”.

Apesar dessa condena permanente, Pascual enviou uma mensagem esperançador: “sempre têm querido nos submeter, não tem passado nenhuma geração que não tenha vivido estes problemas. Mas houve luta e resistência, e temos sobrevivido”.