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8 de julio de 2010 | Noticias | Consulta Regional de OSC para la Tenencia de Tierra y Recursos Naturales | Soberanía Alimentaria
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Taghi Farvar é secretário da Aliança Mundial de Povos Nômades. Na Consulta Regional das OSC da Europa, Ásia Central e Ocidental sobre as Diretrizes Voluntárias para a posse da Terra e dos Recursos Naturais da FAO (sigla em inglês para Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), Farvar apresentou uma caracterização dos povos nômades que não apenas permitiu entender sua forma de vida, como também os problemas aos que se enfrentam no mundo atual.
A apresentação ocorreu nos marcos da segunda etapa do primeiro dia da consulta da FAO, que também contou com as falas de Razan Zuayter, integrante do Grupo Árabe para a Proteção da Natureza, Róbert Fidrich, da Amigos da Terra Hungria, Leonardo Gallico, de AIAB (sigla italiana da Associação Italiana para a Agricultura Biológica), e Claire Quintin, de MIJARC (sigla em francês do Movimento Internacional da Juventude Agrícola e Rural Católica).
Ali, Taghí Farvar falou da dificuldade de lidar com a enorme diversidade dos povos nômades, onde cada um deles constrói uma relação particular com seu território; estão aqueles que se definem como nação, os que se chamam povo ou clã, entre outros. Sua forma natural é o movimento,o nomadismo, entendida a partir de uma concepção sustentável do uso dos recursos; é precisamente esse movimento o que permite que a terra recupere sua capacidade de produzir os meios de vida que os nômades precisam, e que permite conservar o sustento, não esgotar a terra. Estes são alguns dos pilares para entender sua forma de vida.
Farvar distingue quatro macro-grupos entre os povos nômades: os pastores nômades -atualmente constituídos por cerca de 200 milhões em todo o mundo- os caçadores recoletores, os agricultores de rotação -que cultivam nos trópicos, e mudam de terra quando os rendimentos dela começam a diminuir, podendo voltar a um mesmo lugar, cem anos depois- e os nômades marítimos, que vivem da pesca.
Nos últimos tempos, a pressão sobre seu modo de vida tem aumentado. Por um lado aparece a destruição de seus territórios, como o que hoje está acontecendo no norte de Mali, onde a seca produto não só da mudança climática, como também do aumento da pressão sobre a terra, está deixando milhares sem nada para sobreviver. Mas também existem outros exemplos, onde a ação sobre os povos nômades é muito mais planificada; um exemplo é Irã, país onde durante o primeiro governo do Sha (a partir de 1921) foram levadas a cabo políticas de sedentarização forzada. Várias décadas depois suas terras foram "nacionalizadas", para deixá-los sem território, e desde 1991 o governo islamista tem reativado a política de sedentarização obrigatória.
As características centrais destas formas de vida são a mobilidade espacial, o forte apego às tradições e às leis ancestrais, a propriedade coletiva dos recursos por parte de seus membros, a auto-regulação -algo que deve-se a sua forma de organização- e o conceito de território, que tomam de forma muito forte, por ser sobretudo a forma de entender sua relação com a terra, a interdependência mutua e o lugar que ocupam no mundo. Diante desta forma de vida são apresentadas as corporações, muitos Estados e suas forças repressivas; sua sobrevivência depende de como se termine por entender o assunto da terra; de quem? para quê e por quê? São perguntas que deve ser propostas quando pensamos em sua posse e em seu uso, afirmou.
Foto: Rádio Mundo Real
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