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8 de Janeiro de 2010 | Notícias | Direitos humanos
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Moradores da localidade cordobesa de Bouwer fizeram um protesto na Rota Nacional 36 para «lembrar» à Municipalidade de Córdoba que em 100 días deixará de entrar lixo ao aterro sanitário comunal. O município comprometeu-se a fechar o aterro antes do dia 1º de abril de 2010, depois de outro bloqueio de estrada realizado pelos moradores.
«Nós, além de fechá-lo, pedimos o saneamento do terreno», disse Isabel Pires, uma das moradoras organizadas no grupo «Bouwer sem lixo». Pires vive há dez anos neste povoado do Departamento Santa María.
96% dos resíduos que entram a Bouwer provém da capital cordobesa, situada 18 quilômetros ao norte do lugar. O resto das 2.500 toneladas de resíduos provêem de outras 17 localidades.
O debate sobre o destino final do lixo significou uma aprendizagem para os moradores, que têm começado com a prática da reciclagem e compostagem.
Outros moradores próximos que estão se organizando para evitar que entrem os vertedouros a céu aberto, pedem a presença dos habitantes de Bouwer «para que contem o que acontece», explicou Pires.
Os odores da emanação de gases tóxicos começaram a se sentir nos últimos quatro anos, quando o amontoamento dos resíduos adquiriu grandes proporções no lixão instalado há 27 anos. Pires listou os impactos que sofrem em nível sanitário: «... problemas respiratórios, malformações nos animais (...) lacrimejo nos olhos, respiração, ardor na garganta».
O lixo, conta Pires, «se amontoa, chega todo junto, é algo inumano, porque agora está garoando, e se vir um vento do lado onde está o lixo , não é possível respirar».
Os moradores anunciaram que manterão, até o dia 1º de abril, uma contagem regressiva com dois cartazes que inauguraram à beira da estrada. Os cartazes expressam: «Em 100 dias não entra mais lixo». Além disso, distribuiram folhetos lembrando o prazo de finalização do vertedouro aos automobilistas que transitavam por ambos sentidos do caminho.
Pires garantiu que as ações continuarão «até que isto termine e se acabem os lixões a céu aberto». E declarou finalmente: «Fomos (...) um gás, como moradores que explodimos antes que explodissem os outros gases que emana o lixo».
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