O que você vê é um arquivo histórico.
Pedimos voluntários para trabalhar com a nova tradução na web.
25 de Julho de 2011 | Notícias | Direitos humanos | Lutadores sociais em risco
Baixar: MP3 (1.8 Mb)
A rede de organizações ambientalistas Amigos da Terra América Latina e Caribe (ATALC) pronunciou-se na sexta-feira em solidariedade com a família do jovem dirigente equatoriano Marlon Lozano Yulán, da organização Terra e Vida, assassinado no dia 20 de julho em n Guayaquil, Equador.
ATALC, com organizações em vários países da América Latina, está preocupada e alerta pela onda de perseguições e assassinatos de ativistas sociais na região.
“ATALC manifesta sua solidariedade com a família de Marlon Lozano Yulán, e ao mesmo tempo repudia energicamente este novo atentado contra a vida de um lutador social, o que lamentavelmente se repete muito e com total impunidade em nossa América Latina”, expressa uma declaração divulgada na sexta-feira.
A rede ambientalista envia “seu afetuoso abraço e sentimento de solidariedade a todos os companheiros de Terra e Vida, e outras organizações equatorianas que sofrem este tipo de atropelos regularmente”.
No dia 20 de julho dois matadores encapuzados atiraram em Marlon Lozano Yulán no centro de Guayaquil. O jovem morreu logo. A secretária ad hoc de Terra e Vida, Raquel Silva, disse à Radio Mundo Real que o ataque ia destinado ao assessor legal da organização, o advogado Milton Yulán, parente de Marlon.
Terra e Vida tem concentrado seu trabalho na defensa dos direitos de posse dos camponeses da província de Guayas sobre terras que pertenceram a latifundistas e banqueiros até a crise bancária do ano 2000, quando lhes foram confiscadas.
Terra e Vida acredita que o envolvimento no assassinato do jovem dirigente de setores opositores à distribuição de terras e que defendem a concentração de propriedades em poucas empresas e grupos econômicos.
“Diante destes fatos, ATALC chama os movimentos e organizações sociais e populares da região a fortalecer os mecanismos de solidariedade”, diz a declaração ambientalista. “Exigimos ainda que as autoridades equatorianas façam as investigações necessárias para esclarecer o assassinato de Marlon Lozano Yulán, e que os responsáveis intelectuais e materiais sejam castigados devidamente”, acrescenta o comunicado.
Também a rede de organizações ambientalistas faz um chamado especial às autoridades equatorianas e regionais responsáveis de fazer respeitar as garantias individuais, e a aparelhos judiciais e de direitos humanos, tanto independentes como estatais. Pede a eles que apliquem os mecanismos necessários “para evitar estes tristíssimos acontecimentos, que atentam contra o direito à resistência pacífica de nossos povos”.
No dia 24 de maio, em Brasil, foram assassinados a balaços o produtor José Claudio Ribeiro da Silva e sua esposa, María do Espírito Santo, conhecidos no estado do Pará por sua militância na luta pela terra e a defesa da floresta amazônica.
Três dias depois, no estado de Rondônia, Adelino Ramos também foi assassinado enquanto vendia verduras de seus cultivos em um bairro de Porto Velho. O ativista denunciava o agir de grandes madeireiras na região limítrofe entre os estados do Acre, Amazônia e Rondônia. Centenas de ativistas ambientais brasileiros estão sob ameaça de morte, segundo a Comissão Pastoral da Terra desse país.
Na América Central as ameaças de morte e a perseguição de dirigentes sociais têm se transformado em prática comum. O caso de Honduras, que tem um governo sucessor de uma ditadura, é o mais preocupante.
No dia 14 de julho foi assassinado Nery Jeremías Orellana, jornalista de 26 anos que trabalhava em contato com movimentos sociais e era integrante da Frente Ampla de Resistência Popular. Já são 14 os assassinatos de trabalhadores da mídia desde 2010 em Honduras.
As perseguições e assassinatos de ativistas sociais na América Latina, somadas à criminalização dos protestos, preocupam especialmente os ambientalistas da Amigos da Terra da região. “ATALC mantém um estado de alerta pela situação de violência atual contra os movimentos sociais no Equador e na região!”, conclui sua declaração.
Foto: atiargentina.blogspot.com
Rádio Mundo Real 2003 - 2018 | Todo material publicado aqui está sob licença Creative Commons (Atribuição - Compartilhamento pela mesma Licença). O site está construído com Spip, software livre especializado em publicações web... e feito com carinho.