Eles são Jorge Ciccioli e Javier Juárez, líderes de bandas armadas que, em associação com empresários da agricultura sojeira, vêm ameaçando e atacando aqueles que resistem em suas comunidades, amparadas durante séculos de permanência no território e por leis cuja interpretação nem sempre está a favor do mais débil.

Foi o que contou em entrevista com Rádio Mundo Real, o integrante do Movimento Camponês de Santiago del Estero (Mocase-Via Campesina), Ricardo Cuéllar.

Cristian tinha 25 anos e no dia 16 de novembro de 2011 estava em sua casa, na comunidade de San Antonio, preparando uma assembleia onde participariam outros militantes do Mocase. Logo apareceram na casa Javier e Arturo Juárez, assassinos contratados pelo empresário sojeiro José Ciccioli, oriundo de Santa Fe. Sem dizer nada, atiraram a sangue frio e poucas horas depois Cristian estava morto.

Os outros dois dirigentes camponeses que acompanhavam Cristian foram feridos e foram testemunhas do crime. Os camponeses de San Antonio estão sitiados pelo imparável avanço de retro-escavadeiras, sojeiros, políticos e para-policiais. São 25 famílias que moram em 2.000 hectares e que já têm sofrido vários ataques como aquele.

Cuéllar disse que a exigência das organizações sociais é que o caso chegue a uma instância de audiência pública para que deixe um precedente que evite as constantes ameaças e agressões a camponeses e indígenas no território argentino.

Também lembrou que o Movimento Nacional Camponês Indígena (MNCI-CLOC-VC) promove e exige a aprovação de uma lei –publicamente conhecida precisamente como “Cristian Ferreyra”- que detenha os desalojamentos de camponeses.
Ouça a entrevista com Ricardo Cuéllar para Rádio Mundo Real.