O que você vê é um arquivo histórico.
Pedimos voluntários para trabalhar com a nova tradução na web.

{mini}Versão para imprimir

English · Español · Português

24 de Maio de 2012 | | |

Xingu+23

Encontro de atingidos por Belo Monte rumo a Rio+20

Pescadores, pequenos agricultores, comunidades ribeirinhas, indígenas, delegações de movimentos sociais, ativistas e acadêmicos, entre outros atores, se reunirão de 13 a 17 de junho no município brasileiro de Vitória do Xingu, estado do Pará, para rejeitar o projeto hidrelétrico Belo Monte que se instala na zona e sobre o rio Xingu.

O encontro, que terá atividades de debate, organização e protestos, se realiza antes de que seja realizada na cidade brasileira de Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio+20 (de 20 a 22 de junho). Em clara referência a esta cúpula oficial e a que completam-se 23 anos do Primeiro Encontro dos Povos Indígenas do Xingu e da detenção de um projeto de barramento do roo, é que a reunião dos opositores a Belo Monte tem sido denominada como “Xingu+23”.

“O Xingu +23 é uma ação política e também um encontro. E também é uma festa”, afirma a coordenadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antônia Melo, em nota publicada no site do grupo, promovedor do encontro. “Os moradores que já foram retirados voltarão para participar das tradicionais missa e festa de Santo Antônio, que este ano não seriam realizadas por causa das expulsões. Assim, faremos uma retomada simbólica do território. Ao mesmo tempo, nós atingidos, estaremos ali reunidos para denunciar, às portas da Rio +20, as violações do governo brasileiro”, diz a ativista. O slogan oficial do encontro expressa: “Ocupe, esse rio é nosso”.

O Movimento Xingu Vivo para Sempre reúne diversas organizações sociais e ambientalistas da cidade de Altamira, uma das mais atingidas pelas obras de Belo Monte, e das áreas de influência do projeto, que sempre têm se oposto a sua instalação sobre o rio Xingu.

Belo Monte, que seria construída pelo consórcio Norte Energia, começaria a funcionar em 2015 no coração da Amazônia. Seria a terceira maior barragem do mundo, após a chinesa de Três Gargantas e da binacional Itaipú na fronteira entre Brasil e Paraguai. Teria uma capacidade instalada de 11.000 megawatts. Estima-se que sua construção inundaria cerca de 500 quilômetros quadrados de terras ocupadas por comunidades indígenas: de 20. 000 a 50.000 pessoas seriam desalojadas para construir a barragem.

Xingu+23 será realizada especificamente na comunidade de Santo Antônio, em Vitória do Xingu, a menos de 100 metros das obras de Belo Monte. Conforme o Movimento Xingu Vivo para Sempre, essa comunidade já foi parcialmente desapropriada por Norte Energia, em um processo marcado pelas ilegalidades, e objeto de ação judicial da Defensoria Pública Estadual.

Os organizadores destacam que Xingu+23 busca fortalecer os movimentos de resistência a Belo Monte e ser um espaço de coordenação de ações futuras. Reafirmam ainda que a hidrelétrica não é um fato consumado.
Aguardam no encontro de 400 a 500 pessoas da região, principalmente atingidos das cidades mais atingidas pelas obras, como Altamira, Porto de Moz, Senador José Porfírio (Souzel) e Vitória do Xingu. Os participantes utilizarão áreas não desapropriadas e estruturas não demolidas com acesso à energia elétrica. Também já estão funcionando os chamados “comitês de mobilização” em São Paulo, Belém e Porto Alegre para apoiar a organização do encontro.

O Movimento Xingu Vivo para Sempre está divulgando o site onde se atualizará a informação sobre Xingu+23, http://www.xinguvivo.org.br/x23/, e outra para receber doações para apoiar sua realização: http://www.vakinha.com.br/VaquinhaP...

Foto: http://xingu-vivo.blogspot.com/

(CC) 2012 Radio Monde Réel

mensagens

Quem é você? (opcional)
A sua mensagem

este formulário aceita atalhos SPIP [->url] {{bold}} {itálico} <quote> <code> e o código HTML <q> <del> <ins>. Para criar parágrafos, deixe linhas vazias.

Fechar

Amigos de la Tierra International

Agencia NP

Rádio Mundo Real 2003 - 2018 | Todo material publicado aqui está sob licença Creative Commons (Atribuição - Compartilhamento pela mesma Licença). O site está construído com Spip, software livre especializado em publicações web... e feito com carinho.