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4 de octubre de 2010 | | |

Usurpação e promessas vazias

Erlinda Alcíbar e Vicente García, atingidos por barragem Daule Peripa no Equador

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O Comitê de Integração Unitária dos Atingidos pela Barragem Duale Peirpa, no Equador, vem denunciando os nefastos efeitos desta megabarragem de 27 mil hectares para as comunidades.

Um dos fóruns onde se realiza essa denúncia, que inclui uma reparação integral para os atingidos -que superam em grande número aos diretamente desalojados de suas terras- é o 3º Encontro Internacional de Atingid@s por Barragens e seus Aliad@s que vem sendo realizados no povoado de Temacapulin, estado mexicano de Jalisco.

Dois dos delegados do Equador, que acaba de sofrer as consequências de um conflito policial que resultou numa tentativa de desestabilização do governo de Rafael Correa, conversaram com Rádio Mundo Real na casa de comunicadores “Betty Cariño” instalada em homenagem à lutadora social mexicana assassinada nos marcos de uma missão humanitária no estado de Oaxaca.

Erlinda indica que a Lei de Águas que vem discutindo-se em seu país é “nefasta para os camponeses e indígenas” já que os distancia da gestão do recurso aquífero e expressa sua vontade de que logo a normativa não seja aprovada.

Daule Peripa é a maior barragem do Equador e reduziu o campo familiar de Vicente García e sua família de 50 a apenas 5 hectares. Erlinda conta também que mais de 50 porcento dos desalojados ainda não têm recebido indenização apesar de contar com 24 anos de construída a barragem.

O que parece absurdo, mas coerente com a lógica a lógica destes projetos transnacionais e o capital financeiro mundial, é que 80 porcento das famílias atingidas por esta mega obra, que deixou inundas terras excelentes para a produção alimentar e desmembrou famílias que levavam décadas de produção camponesa ou de pesca artesanal, não conta com energia elétrica em suas casas.

Para Vicente esta viagem a Temacapulin, escolhida como centro do encontro diante da ameaça de sua população pela construção El Zapotillo, barragem de acumulação de águas para consumo humano e posterior depósito sanitário de cidades de Guanajuato, é ao mesmo tempo uma surpresa e uma volta atrás. Ao momento em que ouviu por primeira vez que sua terra ficaria sob a água, quando em seu lugar de origem havia espaço para ele e seus irmãos, antes do fim, antes de Daule Peripa.

É sua primeira vez fora de fronteiras equatorianas e quase não pode acreditá-lo: ouvir de um asiático, uma africana ou do sul profundo patagônico, a mesma demanda e a mesma realidade.

A reparação integral que exige o Comitê de Integração Unitária que Erlinda e Vicente integram inclui créditos à promoção da produção alimentar camponês e sustentável, a construção de escolas, o serviço público de “gabarras” para atravessar os rios com mulas e um serviço médico que controle a proliferação de doenças que a barragem tem intensificado ao armazenar águas, explicam os equatorianos que vivem com preocupação as notícias de seu convulsionado país.

Mesmo assim a preocupação não oculta suas críticas ao governo de Rafael Correa, ao que acusam de buscar silenciar através de demandas jurídicas contra líderes homens e mulheres, o descontentamento social em sua pátria.

Foto: Rádio Mundo Real

(CC) 2010 Radio Mundo Real

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