2 de febrero de 2009 | Entrevistas | Foro Social Mundial 2009 | Anti-neoliberalismo
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João Pedro Stédile foi um dos dirigentes sociais que esteve presente na atividade onde estiveram sentados à mesa os movimentos sociais e os chefes de Estado da Venezuela, Paraguai, Bolívia e Equador. Apesar de os presidentes terem sido convidados ao encontro pelos movimentos para o Fórum Social Mundial, o coordenador geral do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do Brasil (MST), não deixou de destacar que esperava mais da gestão dos chamados "governos de mudança".
"Vocês têm estado muito frouxos" afirmou Stédile, não sem reconhecer que se haviam produzido avanços nos marcos dos governos progressistas.
Durante a atividade, tanto integrantes dos movimentos sociais como mandatários mencionaram em várias ocasiões que seria bom avançar numa convergência entre os movimentos e os governos de mudança. Rádio Mundo Real conversou com o dirigente do MST e perguntou a ele sobre este ponto, procurando indagar em que marcos podia acontecer esta aliança.
Stédile respondeu que "todos as mudanças dependem da força popular organizada" mas que "ao mesmo tempo, a implementação das mudanças depende do poder público, de mudanças no Estado".
"Então, essa aliança é fundamental", disse o referente do MST. "Por um lado, que vencem poder os movimentos sociais, gerar mais força organizada com movimentos de massas, e ao mesmo tempo, ter governos no Estado que possam fazer mudanças no Estado, que estejam conforme às necessidades das pessoas. É por isso que essa aliança é fundamental. Para que os dois se entendam, os governos devem saber que a força está no povo, e o povo tem que saber que ele só não vai conseguir as mudanças, sem controlar o Estado", afirmou.
Recentemente, o MST cumpriu 25 anos de existência. Num documento assinado pelo próprio Stédile, é feita uma análise da história do movimento, ao tempo que se indica que este tem ido se reconvertendo, e que já não só propõe ocupar terras, e sim lutar contra o agronegócio, enquanto busca outro modelo de desenvolvimento. Ao perguntar-lhe sobre qual era o papel que deveriam desempenhar os movimentos sociais na conjuntura particular que atravessamos atualmente.
"O capitalismo vem mudando todos os dias, ampliando seu domínio sobre a agricultura, sobre a natureza, como uma forma de sair da crise. E a crisis, a saída clássica dos capitalistas é jogá-la sobre as costas dos trabalhadores. Com mais exploração, mais desemprego, e um pioramento das condições de vida", indicou o dirigente.
"Então, qual é o papel dos movimentos sociais? É enfrentar a crise com um programa popular. Não se trata de medicinas para salvar o capitalismo; deve-se que construir lutas sociais que consigam acumular forças, para que essas forças possam enfrentar o capital, proteger os direitos dos trabalhadores, e dar um paso à frente. Com uma reforma agrária popular, com programas de geração de emprego, com a ruptura com a dependência externa, deve-se parar de enviar o dinheiro para fora, e assim ir acumulando para um projeto de sociedade mais avanzada", concluiu Stédile.
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