A reflexão foi feita por Nora Cortiñas de Mães da Praça de Maio Linha Fundadora, em entrevista com Rádio Mundo Real nos marcos do 1º Congresso do Movimento Nacional Camponês e Indígena (MNCI) na província de Buenos Aires.

Este grupo de mulheres que têm sido incansáveis na luta pela recuperação de seus familiares desaparecidos durante a ditadura militar de 1976 a 1984, são um símbolo da Argentina que não claudica.

Nora foi recebida no ato de abertura com uma aclamação do estádio onde e logo conversou com Rádio Mundo Real.

“Espero que continuemos nos encontrando para celebrar triunfos”, disse Nora. Sua organização, nascida em plena onda repressiva com manifestações de panos brancos em frente à sede governamental, tem conseguido identificar dezenas de crianças sequestrados pelos militares durante a ditadura de seus paies logo desaparecidos, que têm podido recuperar sua identidade.

Logo referiu-se a seu filho desaparecido, mas também aos 30 mil homens e mulheres que sofreram o mesmo destino: “de certa forma eles são também filhos meus”, refletiu.

“A ditadura militar e o terrorismo de estado não diferenciou entre o campo e a cidade nem entre os diferentes setores sociais”, sentenciou Nora.

A veterana ativista reivindicou os governos de Néstor Kirchner e o posterior de Cristina Fernández quanto aos avanços no julgamento dos criminais de guerra e a abertura de arquivos da época para se aproximar assim à verdade.

E falou da “verdadeira segurança” da qual, os políticos em geral não se ocupam: segurança de direitos, liberdade de expressão dos movimentos sociais e sindicais, ou seja, segurança para os povos e comunidades e não somente para o capital.

Terror sin diferencias from RMR on Vimeo.

• Entrevista conjunta de RMR e Equipe de Comunicações do MNCI