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4 de Junho de 2012 | | | | |

Oximoro

Politólogo Atilio Borón fala de capitalismo verde e analisa os movimentos sociais

“Falar de capitalismo verde é um oximoro, é como falar do círculo quadrado, se for capitalismo não pode ser verde. Para o capitalismo a naturaleza é uma mercadoria que deve ser explorada para gerar mais valor, de forma tal que as propostas (de economia verde) são uma espécie de ’ouro de tolo’ e nada mais, não tem absolutamente nenhuma seriedade”.

A frase é do sociólogo e politólogo argentino Atilio Borón, e foi dita em uma conferência realizada na sexta-feira pelo Capítulo Argentina dos Movimentos Sociais rumo à ALBA, em Buenos Aires, capital desse país. A atividade, que teve um painel de palestrantes e debate, faz parte do processo prévio à Cúpula dos Povos que será realizada no Rio de Janeiro, Brasil, a meados deste mês. Essa cúpula será paralela à conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, que acontecerá no Rio de Janeiro e que comumente é conhecida como “Rio+20”.

O objetivo da conferência em Buenos Aires foi, prévio à celebração nesta terça do Dia Mundial do Meio Ambiente, o de pensar as formas que adota o saqueio dos bens naturais nos marcos das crises do capitalismo e dos desafios que têm as resistências, conforme o site argentino Marcha.

A economia verde “não é uma alternativa que supere a crise atual, muito pelo contrário, é simplesmente uma intervenção cosmética para que nada mude”, disse Borón na conferência na capital argentina. O politólogo, muito respeitado pelos movimentos sociais latino-americanos, destaca dois desafios importantes desses movimentos. Há “um muito antigo que é a coordenação”, disse. Para ele, “os movimentos ainda têm uma espécie de repúdio visceral a tudo o que signifique organização em um plano continental”; logo afirmou que se está “lutando contra inimigos altamente organizados e diante dos quais não podemos lutar se não nos organizamos”.

O outro desafio manifestado por Borón tem a ver com a necessidade de apresentar alternativas de exploração dos bens naturais que “preservem a natureza”. “Não se trata de dizer que não vamos explorar nenhum recurso natural porque deveríamos acabar com a agricultura também, porque também ela altera a Mãe Terra”, manifestou. Devem ser propostas “formas alternativas de exploração dos bens comuns que preservem a naturaleza e ao mesmo tempo forneçam à sociedade os bens que precisamos para que as pessoas sobrevivam”.

Em sua análise Borón afirmou que “nós precisamos carvão, ferro, cobre, o que não precisamos é que sejam extraídos apelando à tecnologia do grande capital”, a qual chamou de “predatória”. O “grande desafio” é apresentar novas formas de exploração dos recursos naturais: “não é verdade que não existem, existem, só que são menos rentáveis”. Por isso, “trata-se de combater os capitalistas, que utilizam como critério tecnológico exclusivo a rentabilidade e não o bem-estar das populações”, concluiu o politólogo.

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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