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28 de Maio de 2012 | | | |

ONU cooptada

Anil Naidoo, do Projeto Planeta Azul, fala sobre Rio+20

A influência empresarial nas negociações rumo à Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Desenvolvimento Sustentável que será realizada em junho no Rio de Janeiro, Brasil, “é inegável”, alertou o ativista canadense Anil Naidoo. Os principais grupos de "lobby" empresarial do mundo estão credenciados para participar das tratativas internacionais e se reunem com delegações oficiais, sintetizou.

Naidoo é integrante do Projeto Planeta Azul, esforço internacional da organização Council of Canadians do Canadá para proteger a água doce do mundo contra as ameaças do comércio e a privatização. Foi entrevistado há poucas semanas no Rio de Janeiro pela equipe de comunicação da Via Campesina, em uma contribuição para a Cúpula dos Povos que será realizada de forma paralela à da ONU, conhecida comumente como Rio+20.

O ativista canadense também falou de iniciativas da própria ONU que favorecem a participação das empresas e a cooptação que fazem desse espaço multilateral. Como exemplo, falou do Global Compact LEAD, uma plataforma lançada em janeiro de 2011 pelo secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, que reúne dezenas de empresas que afirmam ser líderes na aplicação de critérios estritos de sustentabilidade social e ambiental as suas práticas.

As companhias participantes fazem parte também do Pacto Mundial de Nações Unidas, iniciativa voluntária onde as empresas se comprometem a ajustar suas estratégias e operações a dez princípios universalmente aceitados em quatro áreas temáticas: direitos humanos, padrões trabalhistas, meio ambiente e anti-corrupção. Algumas das corporações que têm participado do Global Compact LEAD são Nestlé, Coca-Cola, Siemens, Shell, Total, Unilever, Endesa e BBVA. Várias delas enfrentam graves acusações, e inclusive ações na justiça, por violações dos direitos humanos e contaminação em diversas partes do mundo.

Naidoo destacou a importância dos acordos entre as agências da ONU e o setor privado para a facilitação da cooptação empresarial desse espaço multilateral, ao que logo comparecem os principais grupos de "lobby" do mundo dos negócios. Diversos governos de países desenvolvidos representam também os interesses das grandes empresas, denunciou o representante do Projeto Planeta Azul. Mencionou especialmente Canadá, Nova Zelândia, a União Europeia e os Estados Unidos.

O ativista destacou ainda a necessidade de que os movimentos sociais se unam à Cúpula dos Povos, para colocar suas posições diante da, segundo ele, maior conferência da ONU da história. Considerou que os movimentos e organizações sociais têm feito um grande trabalho em diversos temas, mas o desafio agora é se unir contra uma agenda comum que impactará nos trabalhos sobre assuntos de terras, finanças, comércio, alimentos, água e clima, alertou Naidoo.

Foto: http://laguarura.net

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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