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17 de Novembro de 2011 | | |

Nossas propostas

Movimentos sociais moçambicanos erguem suas bandeiras rumo à COP de Clima da ONU

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A Via Campesina Moçambique, a organização Justiça Ambiental – Amigos da Terra Moçambique e a União Nacional de Camponeses desse país apresentaram nesta quinta-feira em Maputo, capital, uma posição política conjunta face à próxima Conferência das Partes de Nações Unidas sobre Clima (COP-17), que começa no dia 28 de novembro em Durban, África do Sul.

Também fizeram o lançamento oficial da caravana moçambicana que parte rumo à Durban no dia 26 de novembro, com cerca 30 representantes das três organizações sociais, para participar das atividades paralelas à COP. Essa mobilização faz parte da “Caravana Transafricana de Esperança”, que soma representantes de quase todos os países do continente e que está prestes a chegar Durban.

A defesa da agricultura familiar e camponesa, do direito de acesso à terra, a demanda de que os recursos da África beneficiem a suas próprias comunidades e não a outros países e grandes corporações, e o repúdio ao comércio de carbono são algumas das linhas mais destacáveis do posicionamento político apresentado hoje.

Rádio Mundo Real conversou com o ativista Jeremias Vunjanhe, representante de Justiça Ambiental – Amigos da Terra Moçambique, para conhecer mais profundamente o documento que divulgaram junto a Via Campesina Moçambique e a União Nacional de Camponeses.

Para nosso entrevistado, as três organizações exigem que os governos africanos rejeitem a concentração da terra e o controle corporativo dos recursos do continente, e que tomem medidas para deter esses processos.

Pedem também que seja garantido o direito dos camponeses de ter acesso à terra e o dos moçambicanos e todos os africanos à soberania alimentar. Assim, se exige aos governos do continente “políticas públicas” a favor dos povos e que promovam a agricultura familiar e camponesa.

No caminho à COP, os movimentos sociais moçambicanos exigem ainda que os governos africanos garantam a todos os cidadãos o acesso à água em quantidade e qualidade, acima dos interesses corporativos. Sobre isto, destacam que os recursos de Moçambique e África devem ser de uso próprio e em beneficio das comunidades locais e os povos, visando garantir um desenvolvimento que cumpra com suas necessidades, ao invés de beneficiar os países desenvolvidos e as grandes corporações.

Por sua vez, em matéria energética os ativistas moçambicanos exigem que os representantes governamentais do continente tenham agendas e estratégias claras de investimentos “para assegurar a soberania energética”, através de sistemas descentralizados e com energias renováveis.

Justiça Ambiental, Via Campesina e a União Nacional de Camponeses de Moçambique estão pedindo “acordos reais” nas negociações de clima, nos quais as nações industrializadas se comprometam a reduzir drasticamente suas emissões, seus padrões de consumo e a financiar ações de mitigação nas nações vulneráveis já atingidas, como as africanas.

“Também exigimos que parem com a hipocrisia dos mecanismos de compensação instaurados no Protocolo de Kioto”, disse Jeremias. Para ele, esses mecanismos “não são nada mais e nada menos do que a mercantilização da natureza e dos bens comuns, e motivos para os países e empresas mais poluidoras para continuarem a poluir o planeta, mas com uma boa consciência”.

O Protocolo de Kioto, segundo Jeremias, único acordo que obriga por lei que as nações desenvolvidas reduzam suas emissões contaminantes, tem vários aspectos positivos e por isso espera que seja estipulado um segundo período de compromissos (2013 – 2017). Mas o ativista deixou bem claro que existem vários aspectos desse convênio com os quais não concordam, e mencionou especialmente o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que cria o comércio de carbono.

O dirigente de Justiça Ambiental destacou as caravanas que estarão chegando a Durban com representantes de movimentos sociais de quase todos os países do continente. A caravana moçambicana, que faz parte da “Caravana Transafricana de Esperança”, inclui representantes de Justiça Ambiental, Via Campesina e da União Nacional de Camponeses.

Os camponeses, pescadores e ambientalistas, entre outros atores, colocarão suas demandas nos espaços alternativos à COP com o objetivo de pressionar para que sejam incluídos na agenda das negociações. “Sabemos que isso não será fácil. Não temos muitas esperanças de que a COP de Durban tenha resultados positivos, mas acreditamos que Durban é um espaço de mobilização onde os povos irão se encontrar, em que soluções alternativas serão desenhadas”, disse Jeremias.

“Sabemos que os processos de negociação da COP estão controlados pelas grandes elites mundiais, pelas grandes multinacionais”, e é por isso que os movimentos sociais tem receio, reconheceu o ativista. Afirmou finalmente: “Mas como movimentos sociais, achamos que os espaços alternativos vão servir como força necessária para que os povos reafirmem a soberania de seus países, expressem suas exigências e cada vez mais os governos tomem em consideração as necessidades desses povos

Foto: http://www.asud.net

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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