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14 de Setembro de 2010 | Notícias | 1º Congresso do Movimento Nacional Camponês Indígena da Argentina | Gênero | Soberania alimentar
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A progressiva redução da população e das culturas camponesas na América latina tem representado, dentre outras consequências, uma mudança no conceito do trabalho: o campesinato deve se urbanizar e deixar a produção de alimentos aos consórcios de agronegócios, parece ser o lema implícito. Os trabalhos diários camponeses “não são considerados um trabalho”.
Assim, uma das tarefas das mulheres membro do Movimento Nacional Camponês Indígena tenha sido a de revalorizar os trabalhos camponeses como pilares da soberania alimentar de milhares de famílias espalhadas no campo argentino.
O avanço da agricultura extensiva e da mineração a céu aberto em mãos muitas vezes das mesmas transnacionais tem reduzido a disponibilidade hídrica nas comunidades, despejado famílias, acelerado o despovoamento rural.
“Nossa horta, nosso curral, nossa floresta, ali temos nós nossa fábrica”, afirma María Guadalupe Tolaba, da Rede Puna, da província de Jujuy. Hoje em dia o trabalho é equiparado a um salário, no entanto, as mulheres rurais sabemos o que é trabalhar para garantir a soberania alimentar sem que haja um salário, diz María Guadalupe.
Esse foi um dos temas centrais na Assembléia de Mulheres realizada durante o primeiro dia do Congresso. “Trabalhamos muito o tema gênero em cada uma das comunidades”, diz Guadalupe que é uma das porta-vozes desse trabalho de elaboração coletiva.
“Com o passar dos anos e o exercício da participação temos ganhado confiança e consciência sobre a importância do papel das mulheres na reforma agrária e na soberania alimentar”, explicou a referente jujeña na manhã do domingo.
A sintese final da assembléia de mulheres camponesas (em anexo) indica: “novamente exigimos que nos respeitem como seres humanos, como povos originários, como camponesas e urbanas, trabalhadoras, que não haja atropelos, que não sejamos exploradas, contar com os meios para poder produzir nossos alimentos, que sejam protegidos nossos bens naturais. Nos manifestamos contra mineração a céu aberto, a contaminação, as monoculturas e os agrotóxicos, promovidos pelo modelo do agronegócio”.
Enquanto isso, continuam os trabalhos em comissão, as representações ou “místicas” onde são sintetizados conceitos como a ALBA ou a crise energética de forma acessível para todos os 1.500 delegados para o MNCI concentrados na localidade de Esteban Echeverría.
Na terça-feira14 terminarão os diálogos, serão elaboradas as conclusões e haverá uma marcha até a Praça de Maio e a partir de Puente Pueyrredón para a realização de um festival musical camponês em pleno centro capitalino.
Foto: RMR
“Nuestra fábrica” from RMR on Vimeo.
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