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7 de Maio de 2012 | | |

Menos do que zero

“Rascunho zero” do documento oficial para Rio+20 estancado na ONU: os movimentos sociais preparam mobilizações

Inúmeros desacordos sobre a chamada “economia verde”, forçou às Nações Unidas a agregar uma semana mais de negociações sobre o documento final da próxima conferência sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
A segunda rodada de debates deveria termina na sexta-feira 4 de maio com pelo menos 90 porcento do trabalho terminado, mas vários pontos polêmicos levou a que fosse acrescentado um novo espaço do dia 29 de maio no dia 2 de junho, conforme agências de notícias presentes em Nova Iorque.

Após essas jornadas, só restará uma fase de negociação, marcada para o dia 13 de junho, uma semana antes do início da reunião de chefes de Estado e de Governo, de 20 a 22 desse mês, no Rio de Janeiro.

O chamado “Rascunho Zero” já foi reduzido em uma centena de páginas. No entanto, as organizações da sociedade civil que participam do debate na sede da ONU têm feito públicas suas queixas devido a que a lógica de mercantilização da natureza prevalece sobre o conjunto do debate.
De fato, em termos gerais os movimentos sociais, ambientalistas, indígenas, camponeses e de trabalhadores que preparam a Cúpula dos Povos como âmbito prévio ao encontro oficial há já tempo que não possuem demasiadas expectativas sobre o que definam os Estados.

Em troca, através de cinco plenários de convergência e uma Assembleia Permanente dos Povos (APP), a Cúpula buscará que as organizações sociais sejam capazes de fazer um diagnóstico conjunto sobre as “causas estruturais” das crises ambiental, alimentar e climática, mas ainda mais importante, fazer uma agenda comum de lutas visando superar essas crises.

É o que vem acontecendo no Grupo Articulador da Cúpula dos Povos que esta semana volverá a se reunir na cidade do Rio de Janeiro. Os movimentos que farão parte da Cúpula realizarão uma mobilização que reunirá dezenas de milhares de pessoas no dia 20 de junho no Rio, além de outras várias mobilizações exigindo “verdadeiras soluções” que se opõem precisamente às denominadas “falsas soluções” da “economia verde”.
Para o dia 5 de junho –Dia Mundial do Meio Ambiente- estão previstas mobilizações em todo o Planeta, com os olhos postos em Rio+20.
“Mercado verde”

Conforme várias agências informativas a “economia verde”, promovida como conceito central do documento pelos países industrializados e a própria ONU, concentra boa parte da oposição dos países do Sul.

Dentre os argumentos para esse repúdio está a pretensão contida nesse novo conceito de mercantilizar a natureza sem alterar em nada os atuais padrões de produção e consumo no mundo.

Os países centrais procuram impor uma noção que sirva de plataforma para colocar as regras do mercado no centro das supostas soluções dos problemas do meio ambiente, a natureza e o desenvolvimento sustentável.
Outro eixo de polêmicas está na ideia de definir uma vintena "objetivos de desenvolvimento sustentável" para ser cumpridos por todos os países em um tempo determinado.

Essas metas tentam sobre clima, energia limpa, biodiversidade, água, mares e oceanos, florestas, agricultura, centros urbanos e outros temas, mas sempre sob a ótica mercantilista.

Sobre isto o pensador e sacerdote brasileiro Frei Betto, tem indicado em um recente artículo que a ideia de mercantilizar a naturaleza como se fosse uma “empresa”, surgiu nos países industrializados do hemisfério Norte na década de 1970, quando ocorreu a crise ambiental. “Europa e os Estados Unidos compreenderam que os recursos naturais são limitados. A Terra não tem forma de ser ampliada. E está doente, contaminada e degradada. A Terra não tem como ser ampliada. E está doente, contaminada e degradada.

Frente a isso, os ideólogos do capitalismo propuseram valorizar os recursos naturais para salvá-los. Calcularam o valor dos serviços ambientais entre US$ 16 e 54 trilhões (o PIB mundial, a soma de bens e serviços, totaliza atualmente US$ 62 trilhões). E acrescenta: “Ocorre que a natureza não tem conta bancária para receber o dinheiro pago pelos serviços que presta. Os defensores dessa proposta afirmam que, portanto, alguém ou alguma instituição deve receber o pagamento – o dono da floresta ou do ecossistema”.

Confirmados

Segundo a ONU, mais de 135 chefes de Estado, vice-presidentes e primeiros ministros já confirmaram sua participação em Rio+20, bem como centenas de organizações não governamentais, empresários, parlamentares, prefeitos, acadêmicos e outros grupos e setores.

A conferência será realizada no centro de convenções e exposições Riocentro e estará precedida de uma reunião preparatória de 13 a 15 de junho e um chamado diálogo da sociedade civil sobre desenvolvimento sustentável (de 16 a 18) onde não participarão os movimentos que estão realizarão a “Cúpula dos Povos”.

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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