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2 de agosto de 2011 | | | | |

Mais uma vez Ledesma

A violência e a morte voltam a abalar o norte argentino

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A violenta repressão utilizada pelas forças de segurança em Jujuy provocou quatro mortes ao tentar de desalojar centenas de famílias na quinta-feira de um assentamento improvisado depois de uma ocupação de terras.

As famílias -de 500 a 700, conforme as diferentes versões da mídia argentina- estavam numa área do Ingenio Ledesma, uma empresa açucareira propriedade da família Blaquier, que possui cerca de 130 mil hectares na província. As famílias haviam se instalado numa área de 15 hectares, conhecido como El Triángulo.

Conforme o jornal Página 12, policiais atiraram balas e gases lacrimogêneos para expulsar as famílias, incendiaram seus pertences e destruíram as casas que haviam começado a construir a área.

Na repressão, morreram os ocupantes Félix Reyes, Ariel Farfán e Juan José Velásquez, e o policial Alejandro Farfán. Além disso, dezenas de pessoas foram feridas e outras dezenas resultaram detidas.

Há quatro anos, a organização Corriente Clasista y Combativa (CCC) conversava com a empresa, com o objetivo de buscar uma solução habitacional para as famílias. Devido a que Ledesma continua sem oferecer respostas, foi que se decidiu realizar a ocupação de terras.

Na entrevista com a Agência Púlsar, Óscar Delgado, do Centro de Ação Popular Olga Márquez de Aredez (CAPOMA), indicou que a ocupação ocorreu porque “não existia outra alternativa” e que a repressão havia sido “totalmente desmedida”.

“Chegaram de noite diretamente com a infantaria para reprimir, com a cavalaria, e o grupo operativo GEO, que é um grupo anti-terrorista que tem cada província, como se fossem criminais estas famílias”, afirmou Delgado no diálogo com Púlsar, e disse ainda que a segurança privada de Ledesma havia agido junto à polícia, guiando suas ações.

Após o operativo, o chefe d polícia provincial, Jorge Ayarde, renunciou como também o ministro de Governo e Justiça, Pablo La Villa. Mesmo assim, o governo provincial continua argumentando que os ocupantes utilizaram armas de fogo contra a polícia; uma declaração desmentida pelos ocupantes.

O Movimento Nacional Camponês Indígena lançou um comunicado em solidariedade “com o povo Jujenho, os familiares das vítimas, os feridos e reprimidos pela polícia jujenha e os guardas paramilitares da empresa Ledesma”, e de repúdio à “repressão e violência exercida pelo Estado em coordenação com os empresários contra um povo que exige seus direitos básicos”.

Na capital argentina, Buenos Aires, multiplicam-se as mobilizações para repudiar a violência em Jujuy. Uma delas foi liderada pela central sindical CTA, que fez uma marcha até a sede do Ingenio Ledesma.

Não é a primeira vez que Ledesma se envolve em violação de direitos humanos. No dia 27 de julho de 1976, data conhecida como "a noite do apagão", todo o departamento jujenho de Ledesma teve corte elétrico, enquanto policiais e capatazes da empresa saquearam casas e sequestraram mais de 400 trabalhadores, estudantes e profissionais, que foram levados aos galpões do engenho, onde foram torturados. Alguns deles ainda continuam desaparecidos.

Imagem: http://www.contraledesma.org.ar/

(CC) 2011 Radio Mundo Real

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