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12 de Agosto de 2009 | Notícias | Direitos humanos
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Nada disseram delas a mídia massiva de Honduras, que insistem em chamar o golpe de Estado que dia 28 de junho acabou com a democracia no país.
Nas capas dos jornais as notícias referiam-se ao jogo que a seleção hondurenha terá pelas eliminatórias para o Mundial de futebol do ano que vem na África do Sul, ou reproduziam as palavras do presidente estadunidense Barack Obama, quando repetiu que apoiava a volta à presidência do mandatário deposto Manuel Zelaya, mas anunciou que não vai intervir na crise hondurenha.
Apesar de ficarem excluídas da grande mídia, as mobilizações não passaram desapercebidas para a população hondurenha, que ajudou as dezenas de milhares de pessoas que participaram das diversas marchas dando-lhes água, alimentos e casa.
Desde o dia 5 de agosto, camponeses, trabalhadores sindicalizados, indígenas e integrantes das organizações que fazem parte da Frente Nacional contra o golpe de Estado têm percorrido dezenas de quilômetros até Tegucigalpa e San Pedro Sula, para exigir que a volta e restituição do presidente Zelaya e para que termine o regime de exceção que há 45 dias lidera Roberto Micheletti.
"Viemos com orgulho com a esperança de que vamos atingir o objetivo: o reestabelecimento da ordem institucional com o retorno ao poder do presidente Manuel Zelaya", afirmou o sacerdote e ambientalista Andrés Tamayo à agência AFP. Tamayo liderava uma das marchas, onde participavam três mil pessoas.
Pouco a pouco, à medida em que as cidades se enchiam de pessoas que pacíficamente exigiam a volta à democracia, a grande mídia do país foi forçada a reproduzir parte do que acontecia. Embora fizeram-no fiéis ao estilo que têm tido desde que foi cometido o golpe, advertendo os motoristas que tivessem cuidado ao transitar por Tegucigalpa e San Pedro Sula, porque podiam ficar trancados “num tráfego infernal”, já que as ruas haviam sido tomadas pelos manifestantes.
Foto: AP
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