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10 de mayo de 2012 | | |

“Golpe de Estado em escala municipal”

Barillas (Guatemala): impunidade e terror como em épocas de guerra suja

Como nos tempos da cruenta guerra anti-insurgente na Guatemala, as comunidades do município de Santa Cruz Barillas vêem como suas populações são avassaladas por causa do estado de sitio decretado pelo governo de Otto Pérez Molina: os homens requeridos chegam a fugir para as montanhas, enquanto mulheres e até crianças foram humilhados nas últimas horas.

Embora houve um ponto de inflexão no dia 1º de maio, com o assassinato de um dos líderes da resistência comunitária à construção de uma barragem em Santa Cruz Barillas, departamento de Huehuetenango, e a agressão a outros dois que ficaram gravemente feridos, a história de repressão nasce quase simultaneamente com o próprio projeto, cinco anos atrás.

Após esse ataque, ainda não esclarecido, o governo de Pérez Molina decretou estado de exceção, ratificado no Congresso nesta terça-feira 8 de maio, iniciando a repressão na zona, incluindo invasões de domicílios, detenções arbitrárias, interrogatórios violentos, violações e desaparições.
É o que denunciam Daniel Pascual, dirigente da Via Campesina Guatemala e Jaime Manuel, morador de Santa Cruz Barillas, zona que se resiste a esse projeto.

Em suas palavras reflete-se a total impunidade com a que agem as forças repressivas, o que para Pascual representa uma “prova de fogo” para as comunidades, onde se expressa a identidade repressiva do governo em uma espécie de golpe de Estado “em escala municipal”.

“Como há mais de cem ordens de captura, a maioria dos homens têm escondido nas montanhas e as mulheres têm sofrido abusos dos militares ao revistá-las”, disse Pascual. “Trata-se de uma tentativa de instalar um estado de terror em nível municipal onde não têm acesso os organismos de direitos humanos do Estado”, acrescentou.

Por sua vez Jaime Manuel Manuel, de origem maia, transmite em sua voz a angústia que atravessam os moradores há cinco anos ao se enfrentar legalmente a um projeto que os expulsaria de seus territórios.

“Os homens têm fugido da injustiça, têm deixado família, filhos, alguns até têm emigrado para o México”, indicou. Também narrou que várias mulheres que têm permanecido em suas casas foram estupradas pelos militares, e crianças que queriam ver seus pais foram agredidos com as culatras das armas.

“Eles (o governo) fizeram a lei e agora não a respeitam” manifestou em relação à necessidade de respeitar a consulta prévia às comunidades atingidas. “Agora decidimos fazer valer nossos direitos”, insistiu.
Nesta quinta-feira a Via Campesina Guatemala e a organização CEIBA realizarão uma rodada de imprensa conjunta para denunciar os alcances da situação que vivida nesse país centro-americano.

Foto: www.contrainjerencia.com

(CC) 2012 Radio Mundo Real

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