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20 de Março de 2012 | Entrevistas | Água | Fórum Mundial Alternativo da Água
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Assassinatos, ameaças de morte, perseguições, repressão, denúncias judiciais são algumas das práticas escolhidas pela corporação italiana Enel para implementar seu projeto hidrelétrico Palo Viejo no departamento guatemalteco de Quiché.
Foi o que denunciou à Rádio Mundo Real o dirigente indígena Baltazar de la Cruz Rodríguez, do povo maya ixil, em entrevista com o correspondente no Fórum Mundial Alternativo da Água de Marselha (França), Danilo Urrea.
“Eu pessoalmente recibi várias ameaças de morte”, contou Baltazar, e acrescentou que Enel têm aberto oito processos na Justiça por sua luta contra a usina hidrelétrica. “Queria (a empresa) me deixar na cadeia por mais de 40 anos”.
Palo Viejo representa a construção de uma barragem no rio Cotzal e seus três afluentes: Chipal, El Regadío e o arroio Escondido.
O representante indígena contou que a Enel chegou aos territórios da região ixil sem consentimento, sem fornecer informação nem consultar as comunidades locais. Foi em 2008 que a empresa começou a se instalar em um território comunitário, segundo Baltazar, e invadiu terras indígenas, negando-lhes o acesso às fontes de água.
Apesar do pedido das comunidades locais, Enel não forneceu informação sobre seu projeto hidrelétrico e continuou sem realizar consultas. Além disso, iniciou suas ações repressivas e de perseguição de dirigentes, com o apoio do agora ex-presidente Álvaro Colom, conforme Baltazar. O representante indígena inclusive acusa a companhia italiana de dois assassinatos de jovens indígenas, que teria escondido com dezenas de milhares de dólares.
Na hora de falar sobre as demandas indígenas a Enel, Baltzar esclareceu que nunca proporam receber algo em troca de seus bens naturais. Afirmando: “Não estão à venda, o que nós pedimos a Enel é que abandone nossos territórios, que os rios circulem livres e que os animais e as pessoas tenham acesso a eles, e que a vida não se apague com a construção desta barragem”, destacou. “Não queremos um desenvolvimento imposto por transnacionais, roubando nossos bens naturais”, concluiu o dirigente.
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