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1 de Novembro de 2012 | Notícias | I Asamblea Continental CLOC - Vía Campesina | Soberania alimentar
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Um dos esforços que como Coordenadora Latino-americana de Organizações do Campo-Via Camponesa tem sido o impulso e a mobilização sobre a Soberania Alimentar, realizados pelo menos desde 1996.
Atualmente, as redes e organizações que impulsionam a Soberania Alimentar apresentam-se na chamada "Aliança Continental pela Soberania Alimentaria" que esteve presente na I Assembleia da CLOC-Via Campesina em Manágua, Nicarágua.
A Aliança reivindica-se como um espaço amplo, com protagonismo das organizações e em construção e crescimento permanentes. Mario Ahumada, coordenador da Aliança Pela Soberania Alimentaria convidou as organizações membro da CLOC a se unir ativamente a esta construção, que será apresentada formalmente em uma atividade pública no ano que vem.
Como referência deve-se lembrar que diante da I Cúpula Mundial da Alimentação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em 1996, Via Campesina organiza a Oficina de Mulheres Rurais, Fórum alternativo prévio à conferência oficial e que questiona a proposta da FAO sobre Segurança Alimentar. Para esta oficina a principal proposta era lutar para que os alimentos não se transformassem em uma mercadoria e pela soberania alimentar entendida como o direito a que os povos possam cultivar seus próprios alimentos conforme suas próprias culturas alimentares. É assim como nasce a Campanha Internacional de Sementes da Via Campesina, a integração do Comitê Internacional de Planificação (CIP), que dera impulso a esta nova Aliança.
Para Mario Ahumada, a aliança nasce como um anseio da Via Campesina e expandindo o debate nos marcos dos movimentos sociais como um dos elementos fundamentais na luta contra o modelo neoliberal.
Mario destacou que a Aliança pela Soberania Alimentar “trabalha em prol de que a FAO se abra à discussão sobre a necessidade de implementar este princípio, o da Soberania Alimentar, com a participação dos movimentos sociais”. E esclareceu que “a Aliança não faz parte da FAO, nem promove junto a esta instituição nenhum processo. Somos um espaço criado pelos movimentos sociais que apostamos na construção da Soberania Alimentar. Trabalha-se de forma autônoma, independente nunca temos trabalhado junto com a FAO. Sabemos que na FAO há interesses de transnacionais e corporações e queremos a recuperação desta instância para o que no começo foi feita”.
Para Ahumada é claro que a luta pela Soberania Alimentar não pode ser liderada pelo governos: “devemos fazê-lo nós. Apesar das poucas exceções como Bolívia, Equador e Venezuela, são os movimentos sociais os que têm que impulsionar seu reconhecimento como um princípio fundamental para a construção do bem-estar comum. É por isso que deve se deter a apropriação de terras, o uso de agrotóxicos e sementes transgênicas. Assim como deter o modelo agroindustrial de produção de alimentos”, disse Mario Ahumada na terceira jornada da Assembleia Continental da CLOC-Via Campesina.
A aliança propõe como seus princípios fundamentais e eixos de articulação: o reconhecimento à alimentação como direito; a necessidade urgente de uma reforma agrária; a proteção dos recursos naturais; eliminar a globalização da fome; a reorganização do comércio; a luta pela paz social e controle democrático da produção.
Foto: Escuela Campesina Francisco Morazán - ATC Nicaragua.
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