29 de septiembre de 2010 | Noticias | Anti-neoliberalismo
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As manifestações e ações do dia 21 de setembro em Porto Alegre, Brasil, uniram a dezenas de ativistas de inúmeros países latino-americanos contra as monoculturas de árvores, o agronegócio e o capital transnacional, e por medidas a favor dos pequenos agricultores e a soberania alimentar.
As mobilizações marcaram ainda o fechamento da quarta edição da Escola da Sustentabilidade, que todos os anos realiza Amigos da Terra da América Latina e Caribe. Esta vez a organização esteve a cargo da NAT - Amigos da Terra Brasil e a Escola foi realizada num assentamento do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Viamão, perto de Porto Alegre.
Ambientalistas de quase toda a América Latina e integrantes de diversas organizações sociais locais, encerraram esta escola de formação política participando nas atividades de 21, que elas mesmos haviam definido conjuntamente. “Foi um bom símbolo de encerramento de um processo e de abertura para continuar o trabalho conjunto”, avaliou sobre as mobilizaçẽos a integrante da Amigos da Terra Argentina, Laura Tentori.
“Nos ver caminhar pelas ruas de Porto Alegre com todos esses colores, essa diversidade e um lema que construimos entre todos e todas na Escola, foi uma emoção e uma alegria muito, muito grande”, acrescentou na entrevista com Rádio Mundo Real.
Esta instância educativa dos grupos da Amigos da Terra da América Latina e o Caribe, que teve suas anteriores edições na Colômbia, Uruguai e Costa Rica, busca ser uma ferramenta que forme políticamente seus integrantes, que os consolide no conhecimento teórico de suas lutas e os promove a ação. Estes dias na Escola “não estiveram somente dedicados à formação em conhecimentos”; também foi “uma instância de muita organização política para poder levar a cabo uma ação muito concreta”, contou Tentori.
Amigos da Terra Argentina tem tido muito a ver no processo de surgimento e crescimento da Escola da Sustentabilidade,e no perfil da formação promovida. Tentori destacou a aposta à Educação Popular e Ambiental. Considerou que “esta Escola tem sido um bom exemplo do que é Educação Popular, pelo trabalho coletivo, as decisões tomadas em pequenos grupos, a promoção das discussões e reflexiones a partir dos saberes de cada um e de suas organizações”.
A ambientalista acrescentou ainda que “a formação não pode não ser política, não podemos pensar numa formação objetiva, distanciada da realidade concreta em que vivemos”. “A educação tem que estar dentro, para e por nossa realidade e nossas lutas”, destacou. Depois, Tentori reconheceu que são necessárias mais instâncias de formação dentro da Amigos da Terra.
O grupo argentino dessa federação ambientalista está promovendo fortemente a Aliança Regional contra as Monoculturas de Soja e Florestais na Bacías do rio Uruguai. “Trabalhamos a partir de uma proposta de instalar a problemática na Bacía, e por outro lado acompanhar às organizações que estão no território, nas diferentes localidades e que sofrem os impactos de forma direta”, disse nossa entrevistada.
Tentori destacou que sua organização tenta acompañar as lutas dessas comunidades, e não só as que são contra monoculturas, ao tempo que ressaltou o trabalho de comunicação e educação que realizam. “Vários dos que estamos na campanha somos educadores e apostamos em que a transformação seja feita da construção popular. Tentamos gerar espaços de debate e reflexão com educadores ou referentes das comunidades, camponeses que estejam organizados, para que isso se multiplique”, concluiu a ambientalista argentina.
Foto: Rádio Mundo Real.
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