21 de septiembre de 2011 | Noticias
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A pesquisadora Verónica Villa, integrante do grupo Ação Sobre Erosão, Tecnologia e Concentração (grupo ETC) abriu o debate sobre os impactos que provocam as tecnologias propostas como soluções à mudança climático.
Ironicamente, trata-se de alternativas promovidas pelos governos dos países desenvolvidos e as grandes corporações, ou seja, os principais responsáveis pela crise climática.
Villa tratou este assunto durante o seminário internacional Crise Climática, Ameaças Tecnológicas e Metodologias para a Resistência, que se desenvolve nesta semana em San José, capital da Costa Rica.
“Algumas destas propostas não são totalmente novas e têm sido discutidas em nível internacional. Inclusive existem moratórias sobre a utilização delas”, explicou Villa.
Como exemplo falou da Geoengenharia, que consiste em modificar o clima de forma global através de tecnologias como a fertilização marinha, a captura de carbono, a utilização de plantios de organismos geneticamente modificados e a criação de nuvens artificiais para bloquear a entrada do sol à terra, entre outras.
Villa afirmou que propostas como a fertilização marinha consistem em “rociar nanopartículas de ferro no mar” para propiciar o crescimento do plâncton. Os promovedores desta modalidade afirmam que assim se absorve o dióxido de carbono e pode se obter celulose.
A investigadora do Grupo ETC prevê que as consequências em nível planetário de uma tecnologia em grande escala baseada na nanotecnologia “é imprevisível”. Assim, mencionou que já está comprovado que o ferro utilizado na fertilização marinha entraria na cadeia trófica marinha atingindo quase todos os seres que habitam o mar, mas além disso contaminaria com estas nanopartículas os alimentos que se extraem do mar para consumo humano.
Outra das propostas tecnológicas que supostamente solucionarão a mudança climática, é a geração de nuvens similares às que se produzem nas erupções vulcânicas de grande magnitude, também integradas por nanopartículas.
Conforme o científico impulsor deste projeto, o prêmio Nobel da Paz 2006, Paul Crutzen, desta forma seria possível impedir que os raios solares entrem na terra, algo que contribuiria no esfriamento do planeta.
“A ideia de impedir que os raios do sol entrem a Terra não é somente arrogante como também muito perigoso, devido às consequências de toda essa nuvem tóxica enxofrada, que caso caia teria impactos sobre corpos de água, comunidades e solos”, advertiu Villa.
Por último, a investigadora lembrou que a maioria destas tecnologias ideadas para modificar o clima foram antes utilizadas para tecnologia de guerra, com consequências trágicas sobre países e povos.
Em síntese, a realidade indica que os países historicamente mais responsáveis das emissões de gases de efeito estufa e a mercantilização do clima são os que hoje pretendem concretar estes projetos de geoengenharia.
Foto: Gabi Negro
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