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2 de Junho de 2010 | Notícias | Justiça climática e energia
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O posicionamento adotado pelas nações mais ricas e contaminantes do mundo tem colocado já a cúpula de Mudança Climática prevista para dezembro deste ano em Cancún, no México, a beira do fracasso.
Na Bolívia, país que tem convocado as “outras vozes” do mundo sobre este tema na recente conferência dos povos de Cochabamba, denuncia-se a intenção de excluir as comunidades indígenas nas decisões globais.
A Confederação Sindical Única de Trabalhadores Camponeses da Bolívia, que integra a Vía Campesina, tem denunciado publicamente que na preparação do encontro de Cancún não são levadas em conta as conclusões da Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e Direitos da Mãe Terra celebrado em Cochabamba, Estado Plurinacional da Bolívia.
“Rejeitamos o texto oficial de negociação do Convênio Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CMNUMC) que exclui completamente as resoluções da Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e Direitos da Mãe Terra, e que ao invés disto têm incorporado o acordo de Copenhague que nem sequer tem o consenso das Nações Unidas”, indicam num comunicado.
Em abril deste ano, milhares de delegados de todo o mundo, incluindo os de vários governos, se reuniram em Cochabamba, e após o encontro o governo boliviano apresentou às Nações Unidas o “Acordo dos Povos” resultante dessa Conferência.
O documento destaca que o capitalismo é a principal causa estrutural da mudança climática, rejeita o “Entendimento de Copenhague” e reitera que os países industrializados possuem uma dívida climática que devem pagar com transferência de tecnologia e de fundos para o Sul global.
A proposta de Declaração Universal de Direitos da Mãe Terra reivindica seu direito a ser respeitada, à regeneração de sua biocapacidade e continuação de seus ciclos e processos vitais livre de alterações humanas, a estar livre de contaminação e poluição, de resíduos tóxicos e radiativos e a não ser alterada geneticamente.
Foto: www.observatorio.cl
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