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16 de Junho de 2012 | | |

Deter REDD

“Querem que sejamos jardineiros dentro de nossos próprios territórios”

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Nos marcos da Cúpula dos Povos que começou hoje no Rio de Janeiro, a Aliança Internacional de Indígenas e Comunidades Locais sobre Mudança Climática fez uma coletiva de imprensa para denunciar a "economia verde" e o mecanismo REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal).

Na coletiva, representantes de povos indígenas de diversas partes do mundo denunciaram o mecanismo REDD não só como uma falsa solução para a mudança climática, mas como um proceso que contribui a aprofundar as violações dos direitos humanos das populações indígenas.

Neste sentido, Berenice Sánchez do povo Nahua do México denunciou as ameaças e os problemas que já está gerando REDD no México.

A indígena do povo Nahua denunciou a nula participação dos povos indígenas na implementação de projetos REDD, descrevendo alguns deles: "A participação indígena é invisível, e isso porque nas Nações Unidas não tem havido compromissos reais por respeitar e aplicar os direitos coletivos dos povos indígenas. Não se aplica o consentimiento livre, prévio e informado, não se aplica o direito à consulta”.

Também criticou o papel de algumas organizações que fazem intermediação entre aqueles que querem implementar projetos REDD e as comunidades indígenas. Assim, explicou que graças à pressão de algumas ONG como WWF e Conservação Internacional criou-se um Conselho Consultivo e “é um espaço que o governo mexicano está utilizando da mesma forma que estas ONG para tentar dize que está sendo feita uma consulta, que está sendo feito um processo participativo, includente para poder dizer às Naciones Unidas que estão sendo cumpridas as salvaguardas previstas em REDD. No entanto, estas ONG estão desenhando um processo de consulta para os povos indígenas com a participação de uma ou duas organizações indígenas, que têm interesse sobretudo em conseguir fundos, não têm informação do que é REDD(...) Este é o papel que estão tendo estas ONG: é uma forte pressão para acelerar ainda mais os processos de REDD".

A mesa esteve integrada também por Tom Goldtooth, Diretor Executivo da Rede Ambiental Indígena, Alberto Saldamando advogado e ativista pelos direitos e Marifel Macalanda, representante indígena de Filipinas.

Marifel afirmou que em projetos pilotos implementados nos países asiáticos já podem se apreciar algumas das consequências da implementação de projetos REDD: divisão de comunidades, violação de seus direitos de consulta e consentimento, corrupção, entre tantas outras.

Conforme a representante filipina este tipo de projetos REDD em países como Índia e Bangladesh inclui militarização e fustigamento das comunidades, “e isso é feito em nome do desenvolvimento sustentável”, lamentou Marifel.

Por sua vez, Tom Goldtooth concluiu: “há vinte anos os povos indígenas vieram a Rio para obrigar as empresas multinacionais e os governos a repensar sua relação com o sagrado da Mãe Terra, mas vendo as negociações aqui na Rio+20, vemos que não tem havido avanços, e pelo contrário, estão inventando políticas que aumentam a destruição”.

Foto: RMR

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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