5 de julio de 2011 | Noticias | Derechos humanos
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A megalópole bonaerense continua se expandindo com empreendimentos imobiliários que acabam com as poucas reservas verdes que ainda subsistem nos arredores da cidade, como no caso do Delta do Tigre.
No dia 1º de julho, moradores dessa ilha, científicos, organizações sociais e funcionários dos municípios de Tigre, San Fernando e San Isidro manifestaram seu repúdio ao mega-emprendimento imobiliário Colony Park, que causou desde 2008 a destruição do Arroyo Anguilas, assim como as casas e plantios dessa comunidade.
Mais de 60 porta-vozes de organizações sociais denunciaram a nulidade de uma audiência convocada pelo Organismo Provincial de Desenvolvimento Sustentável, enquanto a representante da empresa Colony Park debochou do modo de vida na ilha. A nulidade da audiência é porque foi realizada após terminadas as obras.
Em agosto de 2008, a empresa Colony Park havia invadido a propriedade de cerca de 20 famílias do arroio Anguilas derrubando suas casas e plantios com retro-escavadeiras. Só três anos depois, a comunidade e as autoridades locais foram convocadas para uma audiência pública.
Representando a empresa esteve Laura Janeiro, que mostrou fotos de casas humildes e afirmou que não pode se defender a vida nessas condições precárias. Argumentou que o Delta já está degradado e alterado ambientalmente, referindo-se à caça e à pesca dos moradores da ilha, e que já existem desigualdades sociais, e que portanto Colony Park não seria algo diferente ao que já existe.
Reconheceu que a empresa destruiu as casas de famílias e o meio ambiente, mas justificou isto dizendo que os plantios que destruíram eram de espécies exóticas, e eles têm um projeto de viveiro de plantas nativas.
Não menos surpreendentes foram as declarações dos porta-vozes dos municípios de Tigre e San Fernando. Por primeira vez depois de mais de dois anos de iniciadas as obras, Julio Zamora (presidente do Conselho Deliberante de Tigre e referente do intendente [prefeito] Massa), Esteban (Vereador de San Fernando del Frente Para la Victoria), e Castellano se manifestaram contra o mega-empreendimento imobiliário.
Zamora chegou a dizer inclusive que serão procurados os responsáveis do governo municipal que deixaram que estas obras fossem executadas e que é “inviável e impossível que o Colony passe. Queremos um Delta que mantenha a identidade da ilha”. Outros atores políticos como a deputada provincial Liliana Piani e vereadores de Tigre e San Fernando da Coalición Cívica, e Marcelo Díaz, deputado provincial socialista também rejeitaram o empreendimento.
Destacados científicos como Patricia Kandus (UNSAM) e Fabio Kalesnik (UBA) expressaram os motivos técnicos de por que este empreendimento, e outros similares previstos, destroem o ecossistema do Delta.
Dentre as organizações e instituições que manifestaram seu repúdio e denunciaram a nulidade da audiência estavam: Cooperativa Isla Esperanza, Movimento Nacional Camponês Indígena, Asamblea Delta e Río de la Plata, Ala Plástica de la Red Delta del Paraná, Asamblea de Béccar, Amigos de la Tierra Argentina, Fundación ECOSUR, Equipo Ambiente Sano del Obispado de San Isidro, Asociación Ambientalista del Partido de Escobar, Movimiento en Defensa de la Pacha, Espacio Intercuencas RRR, Fundación Metropolitana, Colegio de Arquitectos de la pcia. de Bs. As., ADECAVI, Club San Fernando, Foro de RR.NN. de la FCEN, entre outros.
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