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23 de agosto de 2012 | | | |

Ao invés de justiça

Honduras: repressão policial contra camponeses de Aguán em Tegucigalpa

Na segunda-feira passada, centenas de camponeses e camponesas de Aguán foram severamente reprimidos ao chegar a Tegucigalpa, capital de Honduras para se manifestarem a Suprema Corte de Justiça por terras que lhe foram usurpadas.

As terras em questão estavam em poder do latifundista Miguel Facussé e foram concedidas aos camponeses através de uma sentença de um Juizado Civil no dia 29 maio deste ano, momento nmo qual os guardas de segurança que as custodiavam foram desalojados.

No entanto, uma Corte de Apelações a pedido de Facussé fez revogar essa sentença quando o Poder Judicial estava de férias. Os camponeses indicam que existem grandes quantidades de dinheiro em relação a este acontecimento e que a justiça tem preço em Honduras.

Conforme denuncia o site da Via Campesina Honduras, Juan Carlos Ramírez foi agredido com armas em várias partes de seu corpo, cabeça e orelha esquerda por seis policiais. Enquanto que Daniel Omar Pineda recebe golpes pelas costas na cabeça.

Outro camponês que pediu ficar no anonimato denunciou que seguranças da Corte Suprema de Justiça apontaram para ele com duas AK-47 e uma nove milímetros, ameaçando-os. Duas crianças com poucos meses de idade carregadas por suas mães sofreram efeitos dos gases lacrimogêneos e tiveram que ser levadas ao Hospital Escola.

O advogado Antonio Trejo disse que o problema que está acontecendo em Aguán é grave e por esse motivo as pessoas chegaram à capital para se manifestar pacificamente: “é para que sejam respeitadas sentenças que já são coisa julgada e contra as que não cabe nenhum recurso”, disse.

Os camponeses vieram denunciar que sabem que os magistrados receberam quantidades exageradas de dinheiro para que sentenciassem a favor dos empresários e há rumores muito fortes de que estes juízes vão ser despedidos se não favorecerem os latifundistas.

Por sua vez, Rafael Alegría, referente da Via Campesina destacou a grave problemática agrária que assola Honduras: “mais de mil camponeses estão perseguidos, processados, com medidas alternativas à prisão, agredidos e detidos, por isso estamos esperando sermos chamados para buscar uma solução o mais rápido possível”, disse o dirigente camponês.

Na quarta-feira (22) cerca de 25 camponeses e camponesas do Movimento Unificado Campônes de Aguán (MUCA) foram reprimidos e presos, enquanto se manifestavam pacificamente exigindo à Suprema Corte dar seguimento aos processos de entrega de terras.

Outros dois camponeses que estavam recebendo atenção no Hospital Escola foram feridos. Outro camponês, foi levado à delegacia de Las Brisas.

Os camponeses permaneceram presos enquanto um conjunto de advogados e representantes de organizações de direitos humanos foram até a delegacia para proteger a vida dos detidos.

No vídeo em anexo, Vitalino Álvarez, liderança do MUCA fala sobre as condições de prisão dos camponeses. “Este é um país selvagem, em pleno século XXI. Só exigimos justiça e nos estão negando ela. Montaram uma armadilha para bater em nós porque fomos convocados para nos reunir com o Presidente da Suprema Corte de Justiça, e ao invés disso, nos bateram”, denuncia o dirigente camponês.

(CC) 2012 Radio Mundo Real

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