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14 de Maio de 2012 | | | | |

Africanos unidos

Amigos da Terra África realiza sua Assembleia Geral Anual, expressando várias demandas

Organizações da federação ambientalista Amigos da Terra, originárias de 12 países africanos exigiram no fim de semana passado que seja respeitado o direito à terra no continente, e reivindicaram a soberania alimentar e energética.

Também denunciaram fortemente a apropriação de terras na região e exigiram que sejam utilizados princípios de equidade e justiça para a Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada em junho no Rio de Janeiro.

Esses são alguns dos pontos fundamentais de uma declaração assinadas pelas organizações da Amigos da Terra (presente em cerca de 80 países) de Gana, Libéria, Malawi, Maurício, Moçambique, Nigéria, África do Sul, Serra Leoa, Suazilândia, Tanzânia, Tunísia e Uganda, que se reuniram de 9 a 12 de maio na capital ganesa, Acra, na Assembleia Geral Anual da Amigos da Terra África.

Os grupos ambientalistas convocaram as populações africanas em geral a apoiar sua luta em defesa das demandas populares, “para uma democracia verdadeira e participativa” no continente, com “pleno respeito pelos direitos humanos e a equidade social”. “Condenamos nos termos mais enfáticos a intervenção militar e estrangeira e a destruição das estruturas democráticas nos países da África”, expressa o texto.

Os integrantes de Amigos da Terra exigem que se respeite o direito à terra no continente e destacam sua reivindicação por soberania alimentar e energética. Nesta linha, pedem que a região abandone o uso dos combustíveis fósseis para a geração de energia, e passe a usar fontes renováveis como a solar e a eólica.

Os ambientalistas africanos, preocupados pela agenda da "economia verde" que diversas corporações e governos promovem rumo a Rio+20, pediram que sejam utilizados princípios de equidade e justiça nessa cúpula da ONU. Para as organizações essa conferência “deve garantir um marco de desenvolvimento sustentável que forneça justiça social e econômica, bem como proteção ambiental”, diz a declaração.

“Rio+20 deve atender os problemas fundamentais, mas não um reverdecimento do sistema econômico existente, que não é sustentável”, acrescenta. A "economia verde" provoca um aumento da pobreza “através da promoção da apropriação dos recursos, das falsas soluções à crise ambiental, do bloqueio às soluções genuínas” e do impulso a um “ambientalismo de mercado ou ’comodificação’ da natureza”, sentença.

Para estas organizações, a "economia verde" é ainda um “disfarce” para introduzir “tecnologias prejudiciais” e não propõe uma agenda para abandonar a exploração de combustíveis fósseis e assim reduzir as emissões contaminantes.

Os grupos ambientalistas aproveitaram a instância para criticar os resultados da 17ª Conferência das Partes da Convenção de Clima da ONU, realizada em dezembro em Durban, África do Sul. Questionaram principalmente que continuem sendo promovidas as “falsas soluções” nesse marco multilateral e que os Estados desenvolvidos não se comprometam a reduzir sua contaminação, o que é grave para a África, o continente mais ameaçado pela crise do clima.

As organizações da Amigos da Terra África consideram que a mudança climática, a disputa pelos recursos naturais da região, a extração petroleira e de gás, a apropriação de terras, a degradação das florestas e a biodiversidade, e a imposição de alimentos geneticamente modificados, são alguns dos graves desafios que enfrenta o continente.

“Convocamos os governos africanos e as instituições a rejeitar e dar passos para deter o câncer da apropriação de terras e o controle corporativo dos recursos naturais da África”, insiste a declaração, que rejeita também o uso de terras de cultivo e de grãos para agrocombustíveis e o mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação das florestas (REDD). Os ambientalistas terminam o texto convocando todos os africanos “a se unirem para se mobilizar, resistir e trabalhar para a transformção de nossas sociedades e do mundo”.

Foto: http://www.foei.org/

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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