3 de diciembre de 2010 | Entrevistas | Justicia climática y energía | COP 16
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Na entrevista com Rádio Mundo Real, o integrante de CESTA - Amigos da Terra El Salvador indicou que os poderes políticos e econômicos devem compreender a seriedade do problema da mudança climática, e indicou que as emissões de gases de efeito estufa devem ser reduzidas dramaticamente.
"Para 2020 deveríamos ter a metade do que temos agora", afirmou Navarro, e acrescentou que para 2050 já não deveriam ser produzidas emissões, para evitar que a temperatura aumente em dois graus, o que teria consequências terríveis.
Por outro lado, indicou que deve se compreender que o problema da mudança climática "foi gerado pelas pessoas ricas do mundo, porque são os que têm consumido o petróleo, o carvão, o gás natural, e os que têm sofrido são os setores mais vulneráveis, que são setores empobrecidos".
Acrescentou que "ai existe uma tremenda injustiça. Então nós esperaríamos que seja reconhecida também essa injustiça, esse dado que os ricos lhe têm feito aos pobres, essa dívida ecológica, climática, que devem-lhe os ricos aos pobres".
Isso significaria uma compensação por parte dos países ricos aos países do Sul, para que eles possam se encaminhar para um melhor estado de vida sem ter que consumir carbono.
Navarro também referiu-se ao acordo dos povos celebrado em Cochabamba no início deste ano, e indicou que o governo da Bolívia é um dos que melhor entende o problema da mudança climática. Além disso, indicou que parte das soluções a este problema poderiam se encontrar em observar a forma em que viviam os povos indígenas anteriormente e sua relação com a Mãe Terra, e afirmou que deve se aprovar uma carta que garanta os direitos dela.
"Neste sistema político-econômico a terra é vista como fornecedora de capital, de recursos, de fazer dinheiro, quando não percebemos que nós fazemos parte disso, que fazemos parte desse planeta, então a relação deveria ser diferente: não só é a casa onde vivemos, como a mãe da qual nós somos parte ainda, e nós não podemos viver sem o planeta", indicou.
Por outro lado, sobre a posição do Japón -que anunciou nesta semana que não vai aceitar um segundo período do Protocolo de Kioto- indicou que além do ofensivo de sua posição, ela era um sinal de que o mundo industrializado não queria reduzir as emissões.
Insistiu por sua vez em que em assuntos como a mudança climática e a erosão da biodiversidade estava-se brincando com o futuro da humanidade.
"Aqui não estamos falando de um problema econômico", disse Navarro, e acrescentou: "inclusive as Nações Unidas quando falam de mitigação e adaptação... como é possível pedir a um país que tem cem mil mortos num furacão se adapte? Se adaptar a que? Estamos falando de sobreviver, isso é o que deve se entender. Precisamos mudanças muito radicais em função da sobrevivência da raça humana. Tomara que possamos acordar, e tomara que façamos isto a tempo", concluiu Navarro.
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