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10 de Junho de 2015 | Entrevistas | Conferência Latino-americana sobre Financeirização | Financeirização da natureza | Bosques e biodiversidade | Direitos humanos | Justiça climática e energia
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Os mecanismos de financeirização da natureza são promovidos por corporações transnacionais, instituições financeiras, e organismos multilaterais como forma defender a natureza e como solução à crise climática global. Muitos dos mecanismos que funcionam sob essa lógica já vêm sendo impostos em vários países. Um deles inclusive é aplicado sob o curioso nome de "fundo perdido", levando a entender que trata-se de projetos que não visam o lucro. As análises e vozes críticas a eles também são cada vez maiores em número e argumentos. Mas poucas vezes é possível ouvir as vozes das comunidades onde os projetos de financeirização da natureza estão ocorrendo. Para contribuir a somar vozes dos já atingidos por estes projetos, Rádio Mundo Real entrevistou nesta semana a liderança Ninawa Huni Kuin, do Povo Huni Kui, no estado brasileiro do Acre.
Em 2010 foi criada a chamada Lei SISA (Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais) no Estado do Acre, como o suposto objetivo de proteger os solos, a “beleza cênica”, reduzir os desmatamentos. Segundo Ninawa, os projetos promovidos sob esta lei estão “induzindo as comunidades a participar deles, sem elas terem o direito de conhecer os projetos ou ser consultadas” sobre os mesmos. Isso está provocando já problemas entre as comunidades, como por exemplo “divisão entre as lideranças das comunidades”.
Ninawa dá um exemplo de como estão sendo impostos projetos de financeirização da natureza nessa região: “O KfW (Banco de Desenvolvimento da Alemanha), já está financiando projetos no Acre com fundos perdidos. Esses recursos já estão sendo destinados para algumas comunidades indígenas sem que elas sequer saibam para o que é ou de onde provém o recurso”.
Ouça íntegra da entrevista com Ninawa Huni Kuin no arquivo de áudio em anexo.
Imagen: Alice Haibara
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