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14 de diciembre de 2012 | | | | | |

Mais um fracasso

Os resultados de costume das negociações sobre mudanças climáticas da ONU

A federação ecologista Amigos da Terra Internacional (ATI) condenou fortemente os governos dos países industrializados por impedir que sejam tomadas as medidas necessárias para enfrentar a crise climática na COP 18 das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Doha, a capital de Qatar.

“O acordo de Doha é tão vazio como uma miragem. Apesar das declarações oficiais, estas negociações não chegaram a nada: não houve nenhum avanço na redução de gases de efeito estufa, mas apenas um gesto insultante aos compromissos de financiamento”, disse o porta-voz da Amigos da Terra Internacional, Asad Rehman.

Em um comunicado da ATI do sábado, quando as negociações terminaram, Rehman afirmara ainda: “Os culpáveis são os países industrializados, particularmente os Estados Unidos. O Governo de Obama está atingindo seu objetivo de fazer fracassar o regime mundial de clima da ONU, e outros países ricos têm se unido”. “Têm podido paralisar as negociações sobre clima e têm condenado os mais pobres do mundo a pagar o preço”, disse o ativista.

Diversas cadeias informativas têm destacado por estas horas que a COP 18 terminou com um acordo para ampliar até 2020 o Protocolo de Kyoto, que neste ano terminava seu primeiro período de compromissos. Trata-se do único instrumento legalmente vinculante, firmado em 1997, que estipula reduções de emissões obrigatórias para os estados industrializados, baseado na ideia de que eles têm sido os principais responsáveis pela crise climática, por seu desenvolvimento sujo desde meados do século XIX. No entanto, um Protocolo de Kyoto sem cifras de reduções de emissões contaminantes importantes é um instrumento vazio.

Deve-se acrescentar que este novo período de oito anos do acordo não tem o apoio de Japão, Rússia, Canadá e Nova Zelândia, enquanto que os Estados Unidos nunca sequer ratificaram o acordo. Alguns dos países mais contaminantes do mundo não são então parte do acordo.

ATI esclareceu no sábado que não houve nenhum avanço considerável na COP 18 de Mudanças Climáticas da ONU em relação às promessas dos países industrializados de assumir sua responsabilidade histórica de ter provocado a crise do clima.

Por causa da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 1992 de onde surgiu o Protocolo de Kyoto, os países desenvolvidos têm o compromisso de reduzir suas emissões de forma considerável e vinculante, conforme a ciência e a equidade, e de fornecer financiamento econômico para apoiar as ações de adaptação à mudança climática e mitigação (redução de emissões) dos países em desenvolvimento. O objetivo no fundo é que os estados do Sul global se desenvolvam sob padrões sustentáveis que não alimentem a crise do clima. Mas o financiamento existente é mínimo e tampouco existem transferências de tecnologias Norte-Sul suficientes para apoiar esse desenvolvimento sustentável.

“Exigimos justiça para as populações dos países em desenvolvimento que sofrem os piores efeitos da crise climática, uma crise provocada principalmente pelo mundo industrializado”, destacou Rehman. “A esperança de atingir uma solução depende da gente. Devemos exigir que nossos governos tomem medidas e nos opormos a eles se não cumprem”, acrescentou.

Foto: http://www.rnw.nl

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