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26 de agosto de 2010 | |

Para a liberdade

Presos políticos mapuches rejeitam decisão judicial de alimentá-los à força

Nesta semana, o conflito entre os mapuches e o Estado chileno acirrou-se mais um pouco , quando a corte de justiça decidiu que podia utilizar a força para alimentar os 32 presos políticos mapuches que há mais de um mês estão em greve de fome.

Os presos mapuches do presídio El Manzano disseram que vão se opor à medida com todos os recursos que estiverem a seu alcance, arriscando suas vidas se for necessário.

“Esta medida que compromete as instituições do Estado, é uma clara intervenção política que pretende que abandonemos pela força a justa mobilização que levamos adiante”, expressa a declaração dos presos mapuches, condenados sob a Lei Anti-terrorista criada na última ditadura militar chilena, por lutar por sua autonomia e território.

“Com a resolução da corte de Apelações permite-se também que à força seja utilizada para obter amostras de sangue, que é o MOTIVO PRINCIPAL da intervenção política. Este é praticamente o objetivo almejado ao processar-nos injustamente, já que manipulando as amostras de sangue podem ser geradas as condições para a pré-fabricação de provas, e assim fazer uma montagem em termos técnico-processuais e justificar condenas”, acrescenta a declaração.

Em outro comunicado publicado hoje pelo site Mapuexpress, a Coordenação de Familiares dos 32 Presos Políticos em Greve de Fome indicou que se manifestava “contra o recurso de proteção aprovado pelas cortes de Concepção, Temuco e Valdivia que pretende alimentar nossos familiares por via intravenosa, o que claramente é contrário a sua decisão de manter a greve de fome, que consideramos uma tortura para sua integridade física e psicológica, além disso denunciamos o agir prepotente do Estado para solucionar as demandas dos PPM [presos políticos mapuches] à força e não permitir o diálogo”.

O prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel manifestou-se sobre a situação, através de uma carta dirigida ao presidente chileno, Sebastian Piñera. Na carta, Pérez Esquivel afirmou que lhe surprendia o fato de que os mapuches fossem julgados ainda hoje sob a Lei Anti-terrorista, somente pelo fato de defender seus direitos.

“Tenho a esperança, Senhor Presidente, de que como você está iniciando uma nova gestão, possa rever e reconhecer quando algum processo não está sendo realizado como corresponde, e a justiça possa se desempenhar de forma transparente e sem arbitrariedades. Existem denúncias que indicam tudo o contrário e por isso hoje os presos mapuches estão levando a cabo uma greve de fome, já que é o único recurso que têm para chamar a atención ou esperar uma mudança de atitude”, indica um trecho da carta de Pérez Esquivel.

Aqueles que apóiam os presos mapuches em greve estão convocando uma terceira jornada de mobilização nacional e internacional por sua liberdade, a ser levada a cabo no próximo 1º de setembro.

Foto: http://www.mapuexpress.net/

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