O que você vê é um arquivo histórico.
Pedimos voluntários para trabalhar com a nova tradução na web.
2 de Maio de 2012 | Notícias | V Festa das Sementes MPA-Brasil | Soberania alimentar
Baixar: MP3 (6.6 Mb)
Sob o princípio de que “quando o camponês vê, faz fé”, o Centro de Formção do Movimento de Pequenos Agricultores (Via Campesina) de Brasil no estado do Rio Grande do Sul representa uma trincheira de luta política e produtiva contra as multinacionais tabacaleiras que submetem as famílias camponesas.
Foi o que disse em entrevista com Rádio Mundo Real Rosiéle Lüdtke, dirigente do MPA, na recente V Festa Nacional de Sementes Crioulas realizada no estado de Santa Catarina, mais precisamente na cidade de Anchieta, no extremo oeste do Estado.
Vinculada à Pastoral da Juventude Rural, Rosiéle se identificou completamente com a proposta que o Movimento de Pequenos Agricultores promovia em sua região, de produção de tabaco, principalmente.
Já que a família de Rosiéle, de origem alemã, dedicava-se (assim como o resto dos colonos dessa região do estado do Rio Grande do Sul ao cultivo é vendido às multinacionais), a camponesa sentiu-se “totalmente identificada” com a proposta de diversificação produtiva e formação política.
“Estudei, fiz um curso de tecnóloga agropecuária, mas continuei sendo camponesa durante todo esse tempo”, conta a militante do MPA.
“A questão do tabaco é uma cadeia dentro da qual os camponeses estão presos: recebemos insumos, assistência técnica e não temos nenhuma garantia de preços por parte dessa indústria que ainda nos vendem muitos insumos, venenos, que não são necessários, nos fornecem uma assistência técnica inadequada” e assim aprofundam a dependência das famílias camponesas.
Sobre o trabalho que desempenha o centro de formação do MPA “San Francisco de Assis” na cidade de Santa Cruz do Sul, a duas horas de Porto Alegre, Rosiéle destaca que no começo o enfrentamento foi contra o preço da matéria prima do tabaco. “Mas nos percebemos que isso não adiantava, que tínhamos que atacar na questão da produção. Naquela região de Santa Cruz do Sul, que é o centro das multinacionais do tabaco em nosso país, precisávamos instalar uma experiência que fosse um embate direto com a produção de tabaco. O centro de formação são 40 hectares com experiências alimentares e energéticas, hortas de plantas medicinais, alimentos básicos que podem ser cultivados em meio ao tabaco, onde expomos tecnologias camponesas. Não se trata de impor tecnologias, mas de demostrar que é possível ir construindo uma tecnologia de acordo com os saberes camponeses”.
Diversificação, complementariedade, agroecologia e a agregação de valor à produção são alguns dos princípios desse centro de capacitação que foi visitado por uma vintena de representantes internacionais convidados à Festa.
Foto: Rádio Mundo Real
Rádio Mundo Real 2003 - 2018 | Todo material publicado aqui está sob licença Creative Commons (Atribuição - Compartilhamento pela mesma Licença). O site está construído com Spip, software livre especializado em publicações web... e feito com carinho.