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1 de Junho de 2010 | Notícias | Justiça climática e energia
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Na semana passada, foi realizada em Montevidéu a mesa redonda “Recursos naturais, energia e extrativismo. Como jogam as transnacionais?”. Ali participaram ativistas do Brasil, Chile e do Uruguai, que falaram sobre os problemas que acometem seus países e proporam alternativas para construir um futuro sustentável.
A atividade começou com um vídeo intitulado “Xingu. Porque não queremos Belo Monte”, onde retrata-se a resistência das comunidades originárias e camponesas contra a hidrelétrica Belo Monte no Brasil. Uma das realizadoras do vídeo, Julianna Malerba, da Rede de Justiça Ambiental do Brasil, falou sobre como o projeto estava dentro de uma lógica de desigualdades onde eram mais atingidos aqueles que possuiam menores recursos políticos e menos informação.
A mesa redonda teve ainda falas de Sebastián Ainzúa, da Fundação Heinrich Böll, e de Sebastián Valdomir, coordenador do Programa de Justiça Econômica e Resistência ao Neoliberalismo da federação ambientalista Amigos da Terra Internacional. Enquanto que a apresentação de Ainzúa focou-se na cadeia da mineração no Chile e seus impactos na economia do país, desmistificando as teorias sobre seu impacto positivo sobre o desenvolvimento econômico, Valdomir falou da estratégia das transnacionais na América Latina, e contou a experiência do Tribunal Permanente dos Povos realizado alguns dias atrás em Madri, onde as práticas destas empresas foram condenadas pelos movimentos sociais.
A atividade foi realizada durante um foro onde ativistas e especialistas em temas energéticos da América Latina debateram propostas comuns para enfrentar o desenvolvimento insustentável da região.
Em entrevista com Rádio Mundo Real, Pablo Bertinat, integrante da Oficina Ecologista de Rosario, falou sobre as principais linhas de discussão do encontro, onde foram discutidos os pontos centrais do trabalho que será levado adiante nos próximos anos no que diz respeito à energia.
“Estivemos revisando o marco conceitual, onde trabalhou-se uma visão crítica do desenvolvimentismo na região imposto pelos governos atuais, como em definitiva um aprofundamento da situação de superexploração dos recursos naturais”, explicou Bertinat, e acrescentou que também discutiu-se sobre as políticas de acesso à energia e sobre a necessidade de avançar rumo a sua desmercantilização, como também foram propostas as resistências às chamadas “falsas opções” -como a energia nuclear ou as grandes barragens- e falou-se sobre a necessidade de avançar rumo à consecução de energias renováveis.
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