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10 de Junho de 2010 | Notícias | Soberania alimentar
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Nestes últimos anos, a Associação de Trabalhadores do Campo (ATC) da Nicarágua, integrante da Via Campesina Internacional, tem obtido avanços substanciais em matéria de políticas públicas destinados à melhoria do nível de vida no campesinato nacional.
Foi o que disse à Rádio Mundo Real, o dirigente Edgardo García, secretário geral da ATC, uma histórica organização que há mais de 32 anos levanta suas bandeiras pela reforma agrária, e que não dubitou na hora de tomar as armas com a Frente Sandinista de Liberação Nacional (FSLN) para derrotar a ditadura militar de Anastasio Somoza.
Depois da arremetida neoliberal dos noventa, conforme García, uma das vitórias da ATC foi a colocação em andamento de um programa de “fome zero” que tem permitido recapitalizar a economia familiar camponesa e tem facilitado o intercâmbio comercial entre cooperativas de pequenos produtores.
Outra medida importante foi a aprovação de uma Lei de Soberania Alimentar que enfatiza a recuperação das sementes crioulas, e a criação em janeiro deste ano do banco de fomento à produção Produzcamos.
Desde a ATC também têm se promovido iniciativas tendentes ao reconhecimento dos territórios indígenas através da titulação de terras e os programas de reflorestamento.
Apesar destas melhorias em nível nacional, os camponeses nicaraguenses analisam com preocupação a expansão das empresas do agronegócio no resto da América Central.
García considera que a vulnerabilidade da subregião tem permitido a manipulação do controle dos rios e seu envenenamento, e a colonização dos pequenos produtores para a instalação de monoculturas para a produção de agrocombustíveis. “Há uma política de desastre natural”, alertou.
Foto: Cesta - Amigos de la Tierra El Salvador
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