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19 de Novembro de 2009 | | |

Um modelo que funcione

Andrea Ferrante, presidente da AIAB, explica que a alternativa alimentar que propõem os camponeses já funciona

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No Fórum da Sociedade Civil paralelo à Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar da FAO, que terminou a meados desta semana em Roma, estiveram representados os produtores de alimentos em nível mundial, tanto camponeses como pequenos agricultores, pescadores, nômades, pastores, povos originários, grupos de mulheres e de jovens. Foi o que disse Andrea Ferrante, presidente da Associazione Italiana per l’Agricoltura Biologica (AIAB), grupo que faz parte da Via Campesina.

Ferrante expressou que o modelo que as organizações e movimentos produtores presentes no fórum estavam propondo era um sistema que já estava em funcionamento, e que garantia a alimentação de 75 porcento da população mundial.
“Este é um dado importantíssimo, porque nós representamos um modelo alternativo à agricultura industrial que já está presente hoje. Nós não propomos um plano para realizar no futuro, e sim um modelo que já estamos realizando”, afirmou.

Por outro lado, Ferrante destacou que na inauguração do fórum da sociedade civil tivessem estado presentes autoridades da FAO e da Comissão sobre Segurança Alimentar, onde se decidirão importantes políticas referentes à alimentação, e indicou que a sociedade civil teria um papel muito mais protagonista dentro desse marco institucional.

Embora, por outro lado, Ferrante referiu-se aos países mais ricos no mundo, reunidos no Grupo dos 8 (G8), e disse que nenhum deles tem se mostrado receptivo a mudar sua política.

Ferrante também falou do comunicado emitido pela Vía Campesina depois da reunião entre a FAO e o setor privado, e falou precisamente sobre o caso da empresa Nestlé, que é o objeto do comunicado.

“O presidente da Nestlé, de um modo arrogante e ofensivo, tem definido este fórum como ‘uma reunião de organizações não governamentais que tem a barriga cheia, que não podem pensar que vão resolver a fome no mundo’”, o que segundo Ferrante, demonstra sua total ignorância no que diz respeito a quem participava do fórum, e disse que além de organizações da sociedade civil havia presentes nele movimentos de produtores de alimentos.

Além disso, Ferrante explicou que o modelo que defendia o presidente da Nestlé é o oposto do que se defende no fórum, porque trata-se de um modelo com base no uso do petróleo, pesticidas, e que exporta fome no mundo.

“São arrogantes porque têm comprendido que nós somos uma verdadeira resposta, e que essa resposta é incompatível com eles”, sentenciou.

Por último falou da construção de alianças entre os movimentos sociais, e mencionou que uma das grandes novidades do fórum haviam sido as alianças que haviam sido geradas entre os atores rurais e os urbanos.

Foto: http://peoplesforum2009.foodsovereignty.org

(CC) 2009 Radio Monde Réel

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