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23 de Junho de 2010 | |

Tristemente

Campesinos e indígenas equatorianos unidos em luta

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Nos últimos meses tornou-se latente o distanciamento entre alguns movimentos sociais equatorianos, especialmente indígenas e campesinos, e o governo do economista Rafael Correa, com duras acusações recíprocas entre governo e movimentos sociais.

Alguns dos dirigentes das organizações populares têm lamentado publicamente o distanciamento de um governo que foi considerado um aliado político, capacitado a liderar mudanças no país em uma linha próxima aos movimentops sociais.
Dentre estes dirigentes encontra-se Freddy Congo, integrante da Confederação Nacional de Organizações Campesinas, Indígenas e Negras (FENOCIN) – Vía Campesina Equador, que foi entrevistado pela Rádio Mundo Real durante a Reunião dos Povos de maio em Madrid.

O debate nacional acerca da Lei das águas tem sido um dos pontos que mais te tensionado as relações entre o governo e os movimentos sociais. “Estamos notando com alguma preocupação que os debates desta lei na Assembléia Nacional se tem desenvolvido evidenciando os interesses das transnacionais do agronegócio e agroexportação, representadas por alguns assembleístas”, explica Congo. Lamentou que alguns destes líderes políticos são do partido do governo, Aliança País, e explicou que eles têm priorizado o uso da água para o agronegócio, a agroindústria e a agroexportação, em detrimento do consumo interno.

A água havia sido declarada como um direito de todos os equatorianos na nova Constituição. “O que estamos defendendo é o preceito constitucional que garante a água como um direito humano, e assim sendo, deve estar a serviço de todos os equatorianos”, disse Congo. Nesse sentido, o dirigente condenou as alegações do governo nacional de que alguns grupos de representates campesinos e indígenas querem manipular e administrar a água. Atribui essas acusações a uma “campanha de difamação, inclusive de iniciativa do governo, que denotam mais uma vez expressões racistas”. “Que pena que o próprio governo está promovendo isso”, disse.
Congo também tratou do tema da mudança climática e se referiu especialmente ao impulso dos agrocombustíveis em seu país. Primeiro manifesttou que “ como FENOCIN acreditamos e afirmamos categoricamente que a mudança climática é gerada pelo sistema econômico, pelo capitalismo, o neoliberalismo, pela voracidade das transnacionais de acumular ganhos sem importarem-se com o deterioro do meio ambiente, a violação dos direitos humanos e trabalhistas.

Referindo-se à realidade do Equador Congo manifestou que vêem com preocupação que “na zona norte, principalmente na província de Esmeralda, prolifera-se atualmente, de maneira alarmante e espantosa, o plantio de palmeira azeiteira para o desenvolvimento dos agrocombustíveis”. O representante da FENOCIN e da Via Campesina assinalou os impactos sociais dessa produção em grande escala. Denuncia assim a apropriação de grandes extensões de terras por parte das empresas que obriga os campesinos a venderem suas propriedades para que não sejam cercados pelos novos cultivos, e que há ocorrências de deslocamentos com o apoio de forças paramilitares.
Congo frisou que a administração de Correa tem promovido os agrocombustíveis. “Não vemos por parte do governo uma política de defesa dos pequenos proprietários campesinos mas sim a abertura para as grandes empresas transnacionais do setor”.
O dirigente desctacou ainda que a política de promoção dos agronegócios afeta a soberania alimentar “que é uma garantia também estabelecida em nossa Constituição”. De fato, explicou que a soberania alimentar só é possível se estiver acompanhada de ações concretas que o Estado tem o dever de promover, como , por exemplo, assegurar o acesso aos meios de produção.
“É necessário retomar com força a reforma, a revolução agrária, que implica a distribuição equitativa de terras aos campesinos, que no caso do Equador somos quem abastecemos 80% das cestas básicas do país”, afirma Congo. “Contudo, somos os menos amparados quanto à seguros, subsídios, créditos e linhas de comercialização”, afirmou.
Foto: http://www.flickr.com/photos/jungle_boy/

(CC) 2010 Radio Monde Réel

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