24 de junio de 2010 | Informes especiales | Bosques y biodiversidad | Derechos humanos
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Na próxima sexta-feira culminará uma ação de denúncia e protesto que já percorreu centenas de kilometros no território colombiano, a fim de visibilizar os danos ambientais e aos Direitos Humanos das comunidades promovidos pela construção da Via Transversal das Américas, unindo Colômbia e Panamá.
O “Triathlon pela vida do Darién”, composto por ciclistas – os quais também caminharam e utilizaram-se de embarcações para percorrer dezenas de comunidades, realizar conversas e entrevistas com autoridades locais, começou no dia 14 deste mês em Medellín e chegará esta sexta-feira, dia 25, ao Panamá.
No traçado desta rodovia se encontra a bacia do Rio Cacarica no departamento de Chocó, limítrofe com o Panamá.
Exatamente neste ponto confluem a biodiversidade das Américas do Norte, Central e Sul.
Em termos ecológicos a região forma parte dos bosques úmidos Chocó-Darien, uma das mais ricas do mundo em espécies de zonas de terras baixas.
A especial abundância inclui plantas, aves, anfíbios e mariposas.
No denominado Tapón del Darién está planejada a construção do trajeto Palo de Letras-Cacarica-Lomas isoladas , de 62 kilometros de extensão, e a ponte de Cacarica sobre o Rio Atrato, em um local tradicionalmente denominado como Travessia.
No lado do Panamá, a estrada atravessará o Parque Natural Darién, declarado em 1981 como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. No lado Colombiano, atravessará o Parque Nacional dos Katios, também declarado Patrimônio da Humanidade, no ano de 1994, e incluído pelo comitê da Unesco, em 1996, como patrimônio em perigo.
Abrindo caminho
As leis e normas nacionais e intermacionais estão sendo ignoradas pelos impulsores do projeto da Transversal das Américas: os habitante da zona do rio Cacarica, numerosas comunidade indígenas, afrocolombianas e mestiças, que além de dependerem fortemente do ecossistema são legítimos habitantes deste território não foram nem ao menos consultados ou oficialmente informados do projeto.
O desenvolvimento do megaprojeto Tranversal das Américas foi antecedido pela operação “Gênesis” da Brigada 17 em fevereiro de 1997.
A atuação militar dirigida pelo General Rito Alejo del Río Rojas, em uma operação que combinou estratégia paramilitar, provocou o deslocamento forçado de comunidades cercanas ao Rio Cacarica, causando a morte do afrocolombiano Marino López Mena, decapitado, e cuja cabeça serviu de bola de futebol aos fardados, segundo um tenebroso vídeo que circulou por toda Colômbia.
Há 13 anos a comunidade padece da militarização que produziu mais de 70 crimes, entre assassinatos e desaparecimentos forçados.
O projeto se insere na Iniciativa de Integração da Infraestrutura da América do Sul (IIRSA) e o Plano Mesoamérica (anteriormente denominado Plano Puebla Panamá).
Durante o cumprimento da sétima jornada deste Triathlon, os companheiros da Rádio Contágio, que estão fazendo uma cobertura especial do evento, reportaram a travessia por plena selva durante seis horas de caminhada, até chegar a uma das comunidades previstas (Join Pubur).
Destacou-se a enorme preocupação das comunidades e o cuidadoso recebimento oferecido a aqueles que integram esta mobilização.
Foto: Contagio Radio
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