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17 de Julho de 2012 | Notícias | Anti-neoliberalismo | Direitos humanos | Indústrias extrativas
O município guatemalteco de San Miguel Ixtahuacán, onde no fim de semana foi realizado o Tribunal Popular Internacional de Saúde para julgar os atropelos da mineradora canadense Goldcorp nesse país, México e Honduras, tem “todo o território concessionado” para mineração.
Foi o que denunciou o coordenador operativo da Frente de Defesa Miguelense de San Miguel Ixtahuacán, Aniceto López. Além da mina “Marlin” nesse município do departamento de San Marcos, “existem ainda sete licenças”, alertou.
No fim de semana passado foi realizado em San Miguel Ixtahuacán o Tribunal Popular Internacional de Saúde para denunciar as consequências das operações de “Marlin” nessa zona, da mina “San Martín” no hondurenho Valle de Siria, departamento de Francisco Morazán, e da mina “Los Filos” na comunidade mexicana de Carrizalillo, estado de Guerrero.
A ativista Grace García, de COECOCEIBA – Amigos da Terra Costa Rica, entrevistou Aniceto para Rádio Mundo Real. A Frente de Defesa Miguelense foi uma das organizações convocantes do Tribunal de Saúde.
O ativista contou que uma pesquisa feita pela doutora em enfermagem Susana Caxaj sobre a saúde em San Miguel Ixtahuacán foi fundamental para a realização do Tribunal. Logo de que começou a ser divulgada informação sobre este encontro, “muitas organizações solidárias” da região se engajaram e se transformaram em “multiplicadores” dessa informação.
Aniceto tem a preocupação de que a população em geral entenda os impactos da mineração nos territórios. A comunidade de San Miguel Ixtahuacán tem aprendido à força, mas se entende necessário que esse exemplo seja assimilado em outros municípios. “Se não há uma posição bem clara ao longo do tempo as minas vão continuar pressionando, vão continuar realizando estratégias para convencer a população”, alertou Aniceto. “É necessário, como um dos resultados deste Tribunal, que a pessoas se apropriem do resultado final, de toda a informação que está sendo liberada, que os outros municípios se apropriem disso”, acrescentou.
Muitas vezes a informação torna-se confusa para o público em general, porque o que divulga a empresa Goldcorp bate de frente com as denúncias de seus impactos negativos de organizações e movimentos sociais, como a mesma Frente de Defesa Miguelense.
Apesar de o Tribunal de Saúde não teve caráter vinculante, os juízes que atuaram são de reconhecida trajetória internacional em diversas áreas. Alguns deles são especialistas em temas de saúde. A sentença final exigiu que a Goldcorp suspenda todas as suas operações na América Central e garanta que não repita seus estragos na Guatemala, México e Honduras. O texto do veredito pode ser baixado aqui
Para López é importante também que essa sentença, com sua constatação de todos os impactos negativos da Goldcorp, sirva para que o governo guatemalteco atenda a questão mineira como um “problema”. “Porque o Estado guatemalteco, através do governo central, não está tomando isto como um ponto em sua agenda”, afirmou A.
Foto: Grace Garcia, COECOCEIBA – Amigos de la Tierra Costa Rica.
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