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4 de Setembro de 2012 | Notícias | Água | Direitos humanos | Soberania alimentar
Reconhecimento pleno dos direitos de povos indígenas, a urgente necessidade de deter a apropriação de terras, fortalecimento das vozes dos movimentos sociais organizados na região e independência para as organizações foram alguns dos problemas centrais colocados pelos integrantes da Aliança pela Soberania Alimentar em um encontro com o escritório regional da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), nesta segunda-feira 3 de setembro em Santiago de Chile.
O encontro foi o primeiro desta aliança que tem caráter continental, com o novo secretário regional da FAO, o argentino Raúl Benítez, recentemente instalado no escritório chileno do organismo.
Ele manifestou a importância da sociedade civil para enfrentar o desafio principal da FAO de erradicar a fome na região –onde o número de pessoas famintas estima-se em 52 milhões de pessoas- e o mundo. Benítez indicou que se requer “romper com muitos prejuízos e com muitos privilégios” nessa batalha.
O encontro com a FAO aconteceu como corolário de duas jornadas de reunião celebradas na localidade de Olmué onde se continuou com definições da Aliança pela Soberania Alimentar que é a continuidade histórica do Comitê de Planificação para a Soberania Alimentar (CIP) criado em 2003.
Nessa instância decidiu-se realizar uma conferência de lançamento deste espaço, aberto às organizações regionais e sub-regionais de camponeses, mulheres, sem terra, povos indígenas, pescadores, ambientalistas e todos aqueles que reivindicam a Soberania Alimentar como elemento central de sua plataforma política e social.
Os movimentos, ao tempo que reconheceram os novos ventos que sopram na FAO, indicaram que a organização deve atualizar suas definições por exemplo sobre de apropriação de terras, uso de florestas e seu relacionamento com a mudança climática, entre outros aspectos.
E ratificaram seu caráter autônomo sobre a institucionalidade governamental nacional e internacional.
Os integrantes da Aliança lembraram o compromisso assumido pela 32ª Conferência Regional da FAO de março de 2012 em Buenos Aires onde atingiu-se um compromisso para iniciar um processo de debate sobre o conceito de Soberania Alimentar.
Entre outras tarefas que emanaram deste encontro do Comitê Coordenador provisório da Aliança destacam-se o seguimento do relacionamento com instâncias como FAO, o Comitê de Segurança Alimentar Mundial, bem como a organização de pelo menos quatro diálogos regionais onde se impulsione a Aliança e sejam compartilhadas algumas das ferramentas que existem como as recentemente aprovadas Diretrizes Sobre Uso e Manejo da Terra, as Florestas e outros recursos naturais.
Entre março e abril do ano que vem estará sendo realizada uma Conferência de lançamento oficial da Aliança, a ser realizada na Colômbia ou Paraguai, onde precisamente a luta pela soberania alimentar tem atingido características dramáticas diante do avanço das multinacionais e o capital empresarial.
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