9 de agosto de 2010 | Noticias | Anti-neoliberalismo | Industrias extractivas
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O Painel de Inspeção do Banco Mundial realizará uma investigação de um empréstimo que a instituição aprovou à empresa pública de energia sul-africana, Eskom, para a construção de uma usina elétrica à carvão na localidade de Lephalale, província de Limpopo. A quantia chega a 3,750 bilhões de dólares.
Os pesquisadores chegaram a esta decisão com base em um trabalho preliminar feito em maio, depois de que moradores locais manifestassem suas preocupações sanitárias, ambientais, culturais e de direitos humanos relativas à instalação da nova usina, chamada Medupi.
O Painel de Inspeção é um organismo independente do Banco Mundial que analisa e investiga as reclamações de pessoas que consideram que elas ou seus interesses foram ou podem ser prejudicados por um projeto financiado pela entidade.
O presidente do organismo, Roberto Lenton, explicou que os moradores “colocam importantes questões” relacionadas a diversos “danos” que podem ser tratadas apenas no contexto de uma investigação”, afirma um comunicado das organizações ambientalistas Earthlife África Johannesburgo e GroundWork Amigos da Terra África do Sul.
As duas entidades pediram juntas a realização de uma investigação representando as comunidades locais. Em abril haviam advertido que todos os sul-africanos sofreriam o impacto ambiental e social da instalação da nova usina. Explicaram nesse momento que três importantes fontes de água, os rios Limpopo, Vaal e Senque, seriam desviados para instalar a usina e outras usinas futuras.
O projeto de Medupi possui seis unidades com uma capacidade instalada de 4.788 megawatts. As organizações ambientalistas sul-africanas questionaram a decisão do Banco Mundial de efetivizar o empréstimo para a produção de energia suja, num contexto de crise climática internacional.
O diretor de GroundWork Amigos da Terra África do Sul, Bobby Peek, critica a “ansiedade” do governo sul-africano (que pressiona para receber o empréstimo), pelo fato de o Painel de Inspeção ter atendido as preocupações bem fundamentadas das comunidades locais e organizações não governamentais.
Por sua vez, o coordenador de Projetos de Earthlife África Johannesburgo, Tristen Taylor, disse que “quando o Painel veio para a África do Sul, entrevistou pessoas, foi até a área e viu realmente o que acontecerá e o que já está acontecendo, obteve uma ’chamada de atenção’”.
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