25 de marzo de 2009 | Noticias | Anti-neoliberalismo
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Milhares de camponeses do Paraguai tomaram ontem a capital do país, Assunção, para exigir que o governo do esquerdista Fernando Lugo cumpra com as promessas de reforma agrária que o levaram à presidência da República.
Entre a inquietação e a esperança, trabalhadores rurais de todo o país foram até o Congresso da República e enviaram uma mensagem clara às autoridades do governo: a base social de Lugo dependerá de que os setores historicamente deixados de lado deixem de sê-lo.
“A mudança não chegou, tudo continua igual que antes do dia 20 de abril”, disse ontem Teodolina Villalba, da Federação Nacional Camponesa (FNC) referindo-se à data onde o religioso paraguaio obteve o triunfo nas urnas, apesar de ter assumido a presidência em agosto do ano passado.
O oficialismo admite que os protestos das organizações são lógicos, mas também pede calma. O Ministro do Interior, Rafael Filizzola, considerou “justas” as exigências dos camponeses e afirmou que a intenção do Executivo é levar a cabo uma reforma agrária a partir da constituição atual, sem modificar a lei.
Filizzola indicou que seu governo é “sensível e consequênte” com as necessidades do campo e garantiu que vai fazer “tudo o possível” para responder às demandas do setor camponês.
Os grupos convocantes estimaram que cerca de 15 mil pessoas chegaram a Assunção para participar da marcha. Subsídios para as zonas atingidas pela seca, entrega de sementes para o próximo plantío e leis que promovam o empréstimo produtivo foram alguns dos pontos incluídos na plataforma.
Esta marcha é convocada todos os anos, desde 1994, pela FNC, que reúne cerca 270 mil famílias de assalariados e pequenos produtores, conforme manifestaram.
Neste ano a Federação publicou uma pesquisa que revela que 80% das terras exploráveis do país está em mãos de 1% dos proprietários e que 74% das terras entregues até o ano 2000 ficaram em mãos de pessoas que não eram sujeitos da reforma agrária.
Os camponeses responsabilizam o Partido Colorado pela situação, que governou o país durante 61 anos e transformou o clientelismo em algo normal e institucionalizado.
No entanto, a posição dos camponeses não está enfocada exclusivamente nas práticas de corrupção que caracterizaram as anteriores administrações e aponta seus dardos também na administração de Lugo.
“O discurso da mudança preponderou durante a batalha eleitoral e inundou de esperanças o imaginário futuro do Paraguai, mas lentamente estas ilusões parecem desaparecer e se distanciar no horizonte”, é o que indica a FNC numa declaração pública.
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